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Desnutrição custa quase 6% do PIB da América Latina

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EFE

LIMA - O problema de desnutrição na América Latina gera uma prejuízo anual de quase 6% de seu Produto Interno Bruto (PIB), afirmou hoje o diretor regional do Programa Mundial de Alimentos (PMA), Pedro Medrano.

Muitos Governos consideram que os planos de erradicação da desnutrição são 'uma despesa' e, por isso, só utilizam uma 'mínima'

parte de seus orçamentos em programas alimentícios de curto prazo e de atendimento médico para atenuar seus efeitos, explicou Medrano.

O representante do PMA, que está em Lima para uma consulta técnica de vários países da região, acrescentou que a desnutrição que afeta as nações pobres da América Latina também 'reduz os níveis de produtividade' de seus habitantes e tem um impacto no desenvolvimento dos países.

Neste sentido, Medrano afirmou que 'não há nenhuma chance de crescimento econômico se não for reduzida a desnutrição infantil', que afeta uma em cada cinco crianças na região, especialmente entre a população indígena e de ascendência africana.

- É preciso romper o ciclo de desnutrição e pobreza - reiterou Medrano ao citar como exemplo os esforços do Chile, que conseguiu reduzir a desnutrição de 37%, em 1960, para 1,9%, em 2004.

O representante do PMA também disse que 'os Estados Unidos gastam cerca de US$ 50 bilhões em programas alimentícios' contra os US$ 5 bilhões gastos pelos países latino-americanos e do Caribe, nações que, segundo ele, 'têm recursos para alimentar três vezes a sua população'.

Medrano manifestou sua preocupação pela situação de desnutrição no Haiti, nos países centro-americanos, bem como na Bolívia, no Peru, no Equador e, embora em menor quantidade, na Colômbia e na Venezuela.

O presidente peruano, Alan García, comentou hoje, ao inaugurar a reunião de países sul-americanos, que o investimento que não está destinado aos setores mais pobres é 'uma despesa perversa'.

García também concordou que o investimento, a criação de emprego e a despesa social em programas de desenvolvimento, alimentação e serviços básicos, são elementos-chave para erradicar a desnutrição no Peru e nos outros países da região.

Mais de 50 representantes de Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Chile, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela se reúnem até amanhã no encontro denominado: 'Rumo à erradicação da desnutrição infantil na região andina'.

As conclusões e recomendações dos painéis técnicos promoverão a criação de um Plano regional para erradicar a desnutrição na região até 2015, no contexto dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, elaborado pela ONU.