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Primeiros passos de Serra dão o tom da política internacional

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O posicionamento firme do novo ministro das Relações Exteriores, José Serra, nos primeiros dias de governo do presidente interino Michel Temer, dá o tom de qual será a relação do Brasil com o exterior. 

Serra deu respostas imediatas e contundentes aos países que criticavam o processo de impeachment, e escolheu a Argentina como seu primeiro destino internacional à frente da diplomacia do Brasil. A viagem deve ocorrer no início da semana que vem, e já indica que o país busca uma aproximação com o país vizinho, que passou por uma mudança radical em seu governo após a eleição de Mauricio Macri.

Serra deve dar um gesto político à visita de cortesia. A chanceler Argentina, Susana Malcorra, declarou recentemente "profunda preocupação" com a crise brasileira, mas destacou ser "evidente que foram cumpridas as diretrizes estabelecidas dentro da legalidade do processo".

A decisão de escolher a Argentina para a primeira visita também mostra o real interesse em fortalecer os laços na América do Sul e no Mercosul, tão fundamentais para a economia do país.

Em entrevista ao jornal El País, nesta quarta-feira, o renomado economista Claudio Frischtak destacou que Serra é "uma pessoa muito pró-ativa com uma personalidade muito forte." Para Frischtak, a combinação do tucano com o novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, foi deliberada e pode funcionar. "É preciso ter uma política fiscal restritiva para que possa haver uma política monetária mais flexível, necessária para que se desvalorize o real, o que, por sua vez, é o instrumento para aumentar as exportações."