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Joaquim Barbosa e o suposto racismo nas urnas

Benedita da Silva é um exemplo de que não há resistência contra candidatos negros

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Em recente entrevista ao jornal O Globo, o presidente do STF, Joaquim Barbosa, afirmou que o Brasil não está preparado para ter um presidente negro. Esta declaração pode ter sido motivada por uma séria conversa com autoridade, na qual teria sido manifestado o desconforto com uma suposta perseguição racista.

Vale destacar que, com relação a possíveis resistências de eleitores brasileiros com candidatos negros, há uma série de exemplos que jogam isto por terra. Talvez o mais significativo deles seja o de Benedita da Silva - cujo slogan em campanha sempre foi "mulher, negra e favelada". 

Benedita se elegeu vereadora em 1982. Em 1986, foi eleita deputada federal, e se reelegeu para este cargo em 1990. Na Legislatura de 1987-1991, participou da Assembleia Nacional Constituinte. Em 1994, elegeu-se senadora, tornando-se a primeira mulher negra a ocupar uma vaga no Senado. Foi eleita vice-governadora do Rio de Janeiro em 1998 na chapa de Anthony Garotinho. Com a renúncia do então governador para concorrer à Presidência em 2002, assumiu o governo do estado. Em 2010 foi novamente eleita deputada federal pelo Rio, com 71.036 votos.

De acordo com dados do Censo do IBGE, em 2010 o Brasil tinha 91 milhões de brancos, 82 milhões de pardos, 14.5 milhões de negros e 2 milhões de amarelos. Os números sugerem um volume de eleitores não-brancos maior do que o de brancos, o que descartaria também derrotas se o voto fosse motivado por orientações raciais.