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Os "nem - nem": 8,8 milhões que não fazem nada

Pesquisa do IPEA detecta aumento de homens

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Apesar da desaceleração da economia, o mercado de trabalho brasileiro continua aquecido. Com uma taxa de ocupação de mais de 50% da População Economicamente Ativa (PEA), os últimos dez anos foram positivos para quem entrou no mercado formal de trabalho, de acordo com o estudo “Mercado de Trabalho: conjuntura e análise” do Instituto Brasileiro de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).

Apesar dos bons índices alcançados, o levantamento também apontou um crescimento do grupo de pessoas intitulado “nem- nem”:  jovens que não estudam, não trabalham, nem estão procurando emprego.  

Segundo o estudo, eles representam 8,8 milhões de pessoas, cerca de 17% da população jovem que “não faz nada, mas poderia estar produzindo”, segundo Ana Amélia Camarano,  técnica de planejamento e Pesquisa da Diretoria de Estudos e Políticas Sociais (Disoc).

A maior parte são mulheres, que normalmente deixam de trabalhar e estudar após o casamento ou nascimento dos filhos. “Elas compõem mais de 65% do total, mas os índices têm caído bastante”, afirma a especialista. 

O que intrigou Ana Amélia, responsável pela elaboração do estudo, no entanto, é o aumento dos jovens homens na categoria dos “nem – nem”: incremento de mais de 1 milhão de pessoas, a maioria pertencente a famílias com renda mais baixa e menor escolaridade.

Apesar das ofertas de emprego disponíveis e acesso maior às instituições de ensino, eles continuam sem ocupação e sem procurar por alguma atividade. O que estão fazendo estes jovens é o que pergunta o estudo. “Não se pode dizer”, lamenta Ana Amélia. “Por enquanto, só conseguimos descobrir quem são eles”.