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Interessados no Grupo Rede Energia vão pedir ajuda de R$ 2 bilhões ao BNDES

Exclusividade na veda foi dada ao Grupo CPFL e à Equatorial Energia do Maranhão 

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A anunciada compra do Grupo Rede Energia pelo Grupo CPFL Energia e pela Equatorial Energia do Maranhão, que assinaram memorando de entendimento na quinta-feira (11) admitindo assumirem o controle da holding do Grupo Rede, não se dará sem a ajuda dos cofres públicos. O memorando assinado, que garante exclusividade aos dois, fala também em confidencialidade.

Mas, no mercado já se sabe que as duas empresas, que nos próximos 30 dias farão uma espécie de inventário do Grupo Rede Energia e nas suas distribuidoras que estão sob intervenção da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), já têm noção do tamanho do rombo. Elas deixaram claro, nos bastidores, a intenção de bater à porta do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Pretendem pendurar um papagaio no banco não inferior a R$ 2 bilhões, dinheiro que se destinará à renegociação com os credores – a dívida do grupo já foi estimada em R$ 5,7 bilhões - e aos investimentos necessários.

Não será a primeira vez que os cofres públicos socorrerão o mesmo grupo, que tem, até então, como acionista majoritário o empresário Jorge Queiroz Jr.. Há dois anos, o grupo recebeu mais de R$ 800 milhões do Fundo de Infraestrutura da Caixa Econômica Federal , como se fosse um excelente investimento.

Ainda assim, por má gestão administrativa, a Centrais Elétricas do Pará (Celpa) (Celpa), uma das distribuidoras do Grupo Rede Energia, foi colocada em regime de recuperação judicial e acabou sendo negociada, em setembro, para a mesma Equatorial Energia.

Na ocasião, a Aneel interveio nas distribuidoras do Grupo Rede Energia, a saber: Empresa Energética do Mato Grosso do Sul (Energsul), Centrais Elétricas Matogrossenses (Cemat), Companhia de Energia Elétrica do Estado do Tocantins (Celtins), Caiuá – Distribuição de Energia, Empresa Elétrica Bragantina, Companhia Nacional de Energia Elétrica, Empresa de Distribuição de Energia Vale Paranapanema e Companhia Força e Luz do Oeste.

Com elas, o Grupo Rede responde por 30% da energia consumida no país. Será com este trunfo nas mãos – de evitar colapso no fornecimento de energia – que as negociações acontecerão.