A Prefeitura do Rio divulgou na quarta-feira (13) o esquema especial de trânsito que estará em vigor durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que acontece de 13 a 22 de junho. De acordo com o comunicado da Secretaria Municipal de Transportes, o objetivo da operação é “viabilizar a realização do evento, garantir o adequado deslocamento dos participantes e administrar as interferências no trânsito”.
No entanto, chama a atenção o trecho, grifado em negrito, no qual a nota diz que “é muito importante que os motoristas evitem circular nas rotas que serão utilizadas pelas comitivas” para não causar transtornos na fluidez das vias. Logo depois, o informe destaca as rotas a serem evitadas: partindo do aeroporto internacional Antônio Carlos Jobim, deve-se evitar trafegar pela Linha Vermelha, o Viaduto do Gasômetro, o Elevado da Perimetral, o Aterro do Flamengo e a orla da Zona Sul. Saindo da Zona Sul para o Riocentro, a prefeitura desaconselha os condutores a seguir pela Avenida Niemeyer, a Estrada da Gávea, a Avenida das Américas e a Avenida Salvador Allende.
Para completar, o comunicado também desencoraja que os veículos optem por trafegar na Linha Amarela, na Avenida Francisco Bicalho, no Elevado Paulo de Frontin, no Túnel Rebouças, na Avenida Epitácio Pessoa, no Túnel Zuzu Angel e na Avenida Ayrton Senna.
Transportes de massa
Em linhas gerais, apenas uma das vias de trânsito intenso da cidade, a Avenida Brasil, não entrou na lista da prefeitura. A decisão gera a indagação: como os cidadãos devem se locomover, especialmente os moradores da Zona Sul e da Barra da Tijuca?
A autoridade municipal sugere que se utilize os transportes de massa – o que faria sentido se o sistema carioca fosse eficiente e amplo. Como não é o caso, e a frota de veículos da capital é de cerca de 2,5 milhões entre carros, motocicletas, ônibus e caminhões, como ficará o cotidiano daqueles que precisam do carro como forma de transporte e, muitas vezes, de trabalho?
A partir do momento em que as principais vias de transporte da cidade entraram em estado "não recomendado" para tráfego e os transportes em massa do Rio são conhecidamente limitados, como os cidadãos farão para ir e vir durante a Conferência? A resposta parece simples: não vão.