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Sem licitação, prefeitura paga R$ 11,4 milhões à empresa ligada a Paulo Melo

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A prefeitura do Rio de Janeiro reconheceu, nesta terça-feira, uma dívida de R$ 11,4 milhões com a Oriente Engenharia pela demolição dos barracões da Cidade do Samba, que pegaram fogo no começo do ano passado. Como a obra era considerada emergencial, já que as estruturas ameaçavam desabar, a empresa foi contratada pela  Empresa Municipal de Urbanização (Riourbe) sem licitação. 

Ligações perigosas

O problema é que a Oriente Engenharia é comandada pelo empresário Geraldo André de Miranda Santos, sócio do deputado estadual Paulo Melo (PMDB) na PMGA Incorporação e Construção. No empreendimento, a dupla tem R$ 4,5 milhões de capital social em cotas divididas igualmente. Presidente da Alerj, Paulo Melo é copartidário e forte aliado do prefeito Eduardo Paes e do governador Sérgio Cabral. 

Repeteco

Não é a primeira vez que a Oriente Engenharia tira a sorte grande em licitações. Em agosto do ano passado, o governo do estado contratou a mesma empresa para quatro empreendimentos, todos na Região dos Lagos, pelo mesmo valor: R$ 11,4 milhões. Coincidentemente, as obras eram destinadas para a região na qual Paulo Melo mantém sua base eleitoral. 

Em tempo

A Oriente Engenharia, ao lado da Delta, fez parte do consórcio que construiu a mesma Cidade do Samba. Na ocasião do incêndio, alguns jornais chegaram a apontar indícios de omissão das empresas na manutenção das barracões. Segundo funcionários das escolas de samba, os sprinklers (sistema de combate a incêndio) foram vistoriados pelo consórcio 20 dias antes do acidente e, mesmo assim, não funcionaram corretamente.