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Livro sobre tortura detalha atividades dos "médicos da ditadura"

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Lançado nesta terça-feira (13/12), o livro “Desafia o nosso peito - resistência, tortura e morte durante o regime militar brasileiro”, do psiquiatra e psicanalista gaúcho Adail Ivan de Lemos, traz novas revelações sobre a tortura durante a ditadura militar. Modesto da Silveira, ex-deputado federal e ex-integrante do Conselho Mundial da Paz, classificou a obra como "o mais completo livro sobre a ditadura brasileira”. 

Médicos da ditadura

Adail Ivan, que também foi preso e torturado na ditadura, trata da "psicanálise da tortura" e também detalha as atividades dos médicos da ditadura. Além dos casos já conhecidos de médicos que forjavam laudos periciais para esconder a causa da morte de algumas vítimas dos militares, o regime ainda contava com a ajuda de psiquiatras que davam apoio às famílias dos torturados e os dissuadiam de divulgar a violência sofrida. "Foi tudo muito bem feito", relata o autor. 

Sádicos e psicopatas

Ainda de acordo com Adail, o regime militar mudou seu estilo de tortura na metade dos anos 70, quando já tinha um grande volume de informações sobre os grupos revolucionários. "Chegou um momento no qual a tortura não tinha mais propósito, eles não queriam saber de informação. Era pura vingança. Nessa fase, os torturadores eram sádicos, eram psicopatas. Torturavam realmente por prazer", explica.