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Homenagem a Carlos Marighella causa bate-boca na Alerj

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Em homenagem ao centenário do nascimento de Carlos Marighella, guerrilheiro revolucionário assassinado em 1969 por agentes do Regime Militar, a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro decidiu conceder-lhe a Medalha Tiradentes, principal honraria da casa. A iniciativa foi dos deputados Gilberto Palmares (PT), Paulo Ramos (PDT), André Ceciliano (PT) e Geraldo Moreira (PTN). 

Estado democrático

A homenagem, no entanto, não passou incólume. Velho defensor do governo militar, Flávio Bolsonaro (PP) partiu para o ataque e criticou a iniciativa dos companheiros. Enquanto todos aplaudiam o intuito de celebrar a democracia ao conceder a medalha ao guerrilheiro, Bolsonaro lembrou das passagens de Marighella por Cuba, China e União Soviética. "Com toda certeza, ele buscava implantar uma democracia aqui no Brasil", inronizou. 

Apartear ou não apartear

Na tribuna, Bolsonaro negou a um parlamentar o direito de apartear seu discurso para fazer um comentário. No entanto, pouco depois, ele pediu ao deputado Robson Leite (PT) a concessão do aparte. O petista não perdoou. "Marighella foi barbaramente torturado por um estado que se valia do ato que acabamos de ver aqui, o cerceamento do direito de discussão". 

Demorou

A viúva de Marighella só teve o direito de receber pensão do governo pela morte do marido em 2008, quase 40 anos após o seu assassinato. Em 1996, o Estado já havia reconhecido a responsabilidade pela morte do guerrilheiro, que comandava um dos grupos responsáveis pelo famoso sequestro do embaixador americano Charles Elbrick. Por capricho do destino, foi morto numa alameda de São Paulo chamada "Casa Branca".