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Recrutas da PM não têm estrutura nem para comer, afirma coronel 

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A formação a jato dos policiais militares destinados para as Unidades de Polícia Pacificadora já sofreu críticas de diversos setores dentro e fora das forças de segurança do estado. Eles são conhecidos como "policiais miojo" dentro da tropa, por conta da formação de baixa qualidade.

Entre as principais reclamações, estão a falta de materiais e estrutura para a realização do curso, e o fato de alguns agentes irem para as ruas sem ter recebido a oportunidade sequer de treinar tiro adequadamente. O governo do estado liberou aproximadamente R$ 23 milhões para a contratação de professores, mas para as autoridades ouvidas pela coluna, a medida não é suficiente.

"Quem acaba sofrendo é o policial"

O deputado estadual Flávio Bolsonaro (PP-RJ) afirmou que o dinheiro poderia ser melhor empregado:

"Qualquer investimento na formação é bem-vindo, mas essa não é a melhor forma. Há vários policiais da ativa com qualificação para ministrar as aulas, dar os cursos de formação e reciclagem. Você poderia dar algum incentivo, como gratificação, para eles se dedicarem exclusivamente à função. Eles teriam muito mais conhecimento de causa. Os policiais precisam é de melhoria nas instalações e nos materiais para a formação. Quem acaba sofrendo com isso é o policial, que tem uma formação muito aquém da que a PM pode oferecer".

Falta de tudo, até lugar no refeitório

De acordo com o coronel da PM Paulo Ricardo Paúl, crítico da política de segurança do governo Cabral, a situação do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (Cefap) é crítica:

"Por conta da necessidade de inaugurar UPPs a toda hora, existe uma demanda muito maior do que o Cefap pode atender. Os alunos estão fazendo o curso todo, de 6 meses, sem uniforme. Compram camisa branca, uma calça jeans e um tênis e assistem aula assim. Várias turmas ainda não se formaram porque não receberam a farda corresponte. Além disso, às vezes falta munição para pistola calibre 38, outras vezes para outras armas", afirma.

Ainda segundo o coronel, até para se alimentar, os recrutas enfrentariam dificuldades:

"O Cefap tem mais de 3500 recrutas. É tanta gente que, até pra almoçar ou jantar,eles ficam mais de uma hora na fila, pois o rancho não comporta todo mundo".