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PM-SP é usada em "benefício de interesses privados", diz deputado

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Desde o envolvimento da Polícia Militar do Estado de São Paulo na repressão dos protestos dos estudantes da USP, vem sendo colocado em cheque o papel da instituição no exercício de sua função. Desta vez a repressão caiu sobre um grupo de trabalhadores da fábrica da Johnson&Johnson em São José dos Campos, interior do Estado, em greve desde o último dia 16.

Conta o Sindicato dos Químicos local que 40 homens da Tropa de Choque foram acionados pela empresa para impedir que os funcionários aderissem à greve. A denúncia é de que os oficiais escoltam os ônibus até que entrem pelos portões da fábrica, sem permitir que os trabalhadores desçam dos carros e se juntem aos grevistas. Em nota, a farmacêutica afirma que conseguiu um interdito proibitório para garantir que o acesso à empresa fosse desbloqueado.

Escoltas à força

Em sua página na internet, o deputado federal Ivan Valente (Psol-SP) aderiu à causa e informa que cerca de 600 trabalhadores foram “escoltados à força para dentro da empresa” na última terça-feira (22). No mesmo dia, a Tropa de Choque também teria recebido ordem para obrigar “os motoristas dos coletivos a avançarem sobre os canteiros e a entrar na fábrica em alta velocidade”.

“Não é papel da policia militar impedir a liberdade de manifestação dos trabalhadores. A PM não é guarda particular das empresas privadas”, disse o deputado em entrevista ao Jornal do Brasil. “Frente à ação da PM contra os estudantes da USP, vemos uma tendência governamental: uso do autoritarismo pela segurança pública em benefício de interesses privados”.

O sindicato informou ainda, que durante esta quinta-feira (24), a Tropa de Choque permitiu que cerca de 70% dos funcionários transportados nos ônibus institucionais aderissem à greve durante o período da manhã, mas durante a tarde, metade dos trabalhadores foi impedida de se juntar ao movimento.