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Grupo técnico da CNC discute seguro ambiental e compras sustentáveis

Diretor da Fenacor, Amilcar Vianna disse que seguro é uma relação de ganha-ganha para os envolvidos

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A Assessoria de Gestão das Representações (AGR), que coordena o Grupo Técnico de Trabalho Meio Ambiente (GTT-MA), convidou a Federação Nacional dos Corretores de Seguros Privados e de Resseguros, de Capitalização, de Previdência Privada, das Empresas Corretoras de Seguros e de Resseguros (Fenacor ) visando encontrar solução à reivindicação de um seguro ambiental no contrato de adesão das lojas ao sistema de logística reversa de lâmpadas. A cláusula foi incluída pela Reciclus, instituição criada para gerir a implantação da logística reversa de lâmpadas, sob o argumento de resguardar a entidade gestora e o estabelecimento comercial que receberiam os coletores de lâmpadas, explicou Cristiane Soares, assessora da AGR, durante a reunião do Grupo, em 5 de maio.

A CNC pesquisou no mercado e constatou que não existe esse tipo de produto para o varejo, apenas para grandes empresas, principalmente para os setores petrolíferos, de mineração ou transporte. Então, foi solicitado à Reciclus que retirasse a cláusula. “Seria uma intervenção muito complexa para a loja ter um seguro de responsabilidade nesses moldes”, detalhou.

Segundo o diretor da Fenacor Amilcar Vianna, o seguro ambiental atualmente só está disponível na carteira de empresas estrangeiras. As companhias brasileiras poderiam operar nessa área, mas, além de lhes faltar conhecimento técnico, elas não enxergam como um mercado que lhes dê retorno financeiro ideal. Preferem se dedicar a seguros mais simples, como vida, saúde e automóvel. As estrangeiras, ao contrário, buscam nichos no mercado e entram como especialistas.

Mas a principal mensagem que Martins disse ter trazido é que a indústria de seguros possui capacidade de reparar danos pecuniários ou financeiros, “porém, recompor prejuízos ambientais não depende só de dinheiro. O melhor quadro é evitar danos e aí é que as companhias de seguro podem dar sua contribuição, conscientizando o beneficiário já na contratação do seguro”.

Com isso, concluiu, serão minimizadas as chances de um desastre ecológico, um dano ao meio ambiente, que é muito maior do que qualquer cifra para pagar um seguro de indenização. “A seguradora tem como norma gerenciar o risco de forma competente, isto é, tendo o ganho financeiro, mas enfatizando as medidas de proteção que o segurado precisa tomar. É uma relação de ganha-ganha para todos os envolvidos.”

Compras sustentáveis

Encerrando a série de palestras da 15ª reunião do GTT-MA, a assessora de Projetos Institucionais do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), Tatiana Araújo, falou sobre “Competitividade e consumo sustentável: aplicações para o varejo”. O CEBDS é uma associação sem fins lucrativos que promove o desenvolvimento sustentável por meio da articulação junto aos governos e a sociedade civil.

Conforme Tatiana, 96 % das empresas consideram aspectos de sustentabilidade na seleção de fornecedores ou na decisão de compras. Do total, 40% das empresas consideram que os benefícios superam os custos. Extrapolando para o mercado mundial, ela revelou que empresas tomam ações sustentáveis para atender a expectativas de clientes e redução de riscos.

A assessora Cristiane Soares, da AGR, destacou que hoje a compra sustentável é uma responsabilidade da empresa por conta da cadeia de suprimentos que ela cria até pôr o seu produto no mercado. “Agrega valor à mercadoria quando a empresa mostra responsabilidade ao não utilizar, por exemplo, trabalho escravo ou infantil, não desmatar florestas e não poluir.”

Em relação ao comércio, Mario Saladini, representante do Sesc Nacional, afirmou que a Controladoria-Geral da União (CGU) já vinha requerendo que o Sistema Comércio (Fecomércio-Sesc-Senac) revelasse as suas diretrizes de compras sustentáveis. Como o CEBDS já vinha desenvolvendo um trabalho nesse sentido, decidimos associar a expertise do Conselho às compras sustentáveis do Sistema. “No futuro, esperamos poder multiplicar isso para as empresas”, anunciou.