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"Não canonizem as mães", pede Rafa Brites, após críticas de seguidores

A repórter desabafou sobre o machismo da sociedade: "Cobrança por postura angelical"

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As opiniões sempre muito sensatas de Rafa Brites fizeram com que ela conquistasse diversos fãs nas redes sociais. Acostumada a desabafar, por meio de seu Instagram, sobre assuntos muitas vezes não abordados na sociedade, a mamãe de Rocco, de oito meses, abriu novamente o coração para pedir mais empatia. "Não canonizem as mães. Engraçado, depois que virei mãe tenho sentido uma cobrança por uma postura angelical, imaculada e assexuada. Qualquer movimento numa dança, decote ou entornada em um copo de gin escuto: Olha a mamãe do Rocco aí, curtindo adoidado. Em um festival de música, eu já pra lá de Bagdá escuto: quero ver acordar pra cuidar do baby, hein! Nossa, batom vermelho? Seu filho vai ficar com ciúmes da mamãe. Entre outros vários comentários infelizes, a maioria machistas e vindo de mulheres", desabafou.

"Temos sim um inconsciente coletivo de acreditar que a mulher ao virar mãe, por ser algo tão divino e sagrado, passe a ser candida, e não possa mais ser sensual, provocante evitando assim, ser alvo de olhos furtivos. Algo bem diferente para os pais que desde a gravidez se parabenizam com um tom de garanhão! Aí mandou ver hein!", disse ela, que é casada com o também jornalista Felipe Andreoli.

"Talvez se você acabou de parir e está de camisola, absorvente embaixo e em cima, sem tomar banho nem se olhar no espelho até faça sentido se conformar com a canonização... Mas saiba. A hora que a ficha cai de como somos mulheres por ter gerado, parido, adotado... Alimentado outro ser. Vem que vem uma auto confiança tão forte que inevitavelmente nos torna mais sensual. Ao contrário do que a sociedade gostaria, eu perdi ainda mais o pudor. Busco o prazer. Amo mais o meu corpo. Me sinto uma pessoa muito mais interessante. Não consigo ter ciumes das menininhas novinhas lindas em uma festa. Não preciso agradar ninguém. Não tenho mais tempo para o mais ou menos. Meu comportamento e meu bom senso sempre foram e continuaram regídos pelos meus valores. Detesto a posição de mãe mártir. Vítima. E é uma armadilha fácil se cair. E as mães separadas? Essas então... Coitadas! Se desse, as família petrificavam-nas! Então, olha só: sigo curtindo a minha vida ainda mais! Posso ser safada viu? Não se preocupem se vou acordar 5h30 para cuidar do bebê. Talvez sim. Talvez acorde ao meio dia e fale: meu filho, mamãe ferveu tanto ontem! Dancei tanto ontem que dormi até mais tarde, agora tô pronta pra nossa farra! Vai entender que sagrada é a liberdade!".