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Luana Piovani comenta polêmicas virtuais e fala de retorno às novelas

A atriz também falou do momento político do país: "Já mostramos que temos força para pedir pra sair"

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Longe das novelas desde 2012, quando fez “Guerra dos Sexos” – nos últimos tempos a atriz tem se dedicado às séries –, Luana Piovani contou que foi convidada para a próxima trama de Aguinaldo Silva na Globo e que já aceitou o trabalho. “Eu acho que vai ser divertido. Pelo pouco que eu sei, é sobre realismo fantástico. Só isso já é bastante curioso, né? Nós vamos lidar com algo que não é comum, é bem lúdico. Eu acho ótimo”, adiantou ela que, enquanto não começa a gravar, se dedica à outros projetos. Entre eles, dois no cinema, um no teatro e seu mais recente trabalho: um canal no Youtube.

Há três meses, a atriz comanda o #LuanaSemFreio que, como o nome já sugere, não tem assunto proibido, tabu e nem indelicado. Por lá, ela fala sobre o que ela quer, como ela quer e para quem quiser ouvir. “Não gostou? Vai procurar a sua turma”, adiantou a atriz no vídeo de estreia. “Eu vejo o canal como uma forma de levar a minha verdade até as pessoas. Para mim, a sociedade está ficando muito carente de humanidade e cumplicidade. E eu sempre fui da verdade. Então, quando eu entendi que as pessoas precisavam do que eu gosto de fazer, eu percebi que era uma boa ponte para eu investir neste projeto”, explicou.

Por lá, Luana se divide entre a leitura do jornal do dia, as perguntas dos seguidores e temáticas propostas por quem assiste. Aliás, esta interação virtual é a grande estratégia e fonte de conteúdo do #LuanaSemFreio. “Eu costumo brincar que eu nunca estive tão obediente como agora com o canal. O público pede os temas e eu tenho uma equipe que um levantamento. Tudo o que eu falo é a audiência do canal que manda”, explicou ela, que se sente livre – e sem limites – para comentar de traição a sexo anal. “Dizer o que eu penso é uma característica forte minha que eu tenho há anos. Na época do meu site, eu escrevia sobre livros e peças que eu tinha gostado, mas também sobre comportamentos e situações que eu via e não gostava. Ou seja, transformar pequenos momentos em causas sempre foi uma proposta na minha vida”, destacou.

E, segundo a atriz, a liberdade dos comentários permite uma troca de experiências ainda maior.“Eu acho justo e maravilhoso todo mundo ter voz. Assim, as pessoas conseguem se aproximar mais da justiça, uma vez que todos sabem o que está acontecendo. Eu nunca me arrependi de nada do que eu fiz ou falei, sempre tiro proveito dessas situações. Eu prefiro evoluir”, disse.

Vale lembrar que quando o assunto é Luana Piovani e internet, a história dá pano para manga. Em sua trajetória virtual, a atriz acumula experiências íntimas, políticas e comportamentais que, segundo ela, traduzem o seu espírito comunicador. Mas, mesmo assim, ela garante: “não é tudo que eu posto”. “Eu acho que todo mundo precisa ter um filtro. Por mais que eu goste de compartilhar meus momentos, existem situações que a gente prefere esconder e fotos que não são ideais para postar. Mas isso é uma escolha de cada um. Afinal, às vezes, o que incomoda para um é indiferente para o outro. Então, são escolhas que mostram como cada pessoa leva a vida. Durante 18 anos, eu tive um site em uma época que nem existia a palavra blog”, lembrou.

É com toda essa personalidade que Luana comenta também as questões políticas do país e destaca a dificuldade para continuar vivo no mercado artístico. “Sempre foi muito difícil, mas, com essa crise, está ainda pior. O Brasil não tem o hábito do teatro. A gente não tem peças nas escolas, formação de plateia e nem estímulo para isso. O governo não incentiva nem a produção de teatro e nem a população a ir ver as peças em cartaz. No fundo, é como se a gente quisesse trabalhar com o desconhecido, o ignorado”, desabafou Luana que afirmou não se intimidar. “Está difícil para fazer, mas eu nunca tive medo dos desafios. Então, segue o baile”, disse. Porém, em contrapartida, ela confessou que se sente animada com o desfecho deste momento de caos. Para a atriz, o saldo futuro desta crise tupiniquim será proveitoso para a sociedade. “Eu acho que ainda vai demorar uns 10 ou 15 anos, mas, no futuro, o Brasil vai dar uma evoluída considerável. A sensação que eu tenho é que o brasileiro entendeu que ele tem a rédea do país nas mãos. Somos nós que votamos e que mandamos em tudo. E, quando algo parece estar dando errado, nós já mostramos que temos força para ir às ruas e pedir para sair”, destacou.