ASSINE
search button

Minas Trend Preview Inverno 2017 - Salão de Negócios: a moda da Confraria

"Percebemos o ritmo das negociações por aqui", disse Ana Paula Ávila Braga, da Confraria

Compartilhar


Mais uma edição e, novamente, designers e compradores satisfeitos. Na 19ª edição do Minas Trend, que rolou na última semana em Belo Horizonte, cerca de três mil compradores de 15 países agitaram os corredores do Salão de Negócios da fashion week mineira e mostraram que com criatividade e talento é possível contornar as dificuldades econômicas.

 Entre as 219 marcas de vestuários, calçados, bolsas e bijuterias que marcaram presença nos 72 mil metros do Expominas, o HT foi conhecer um pouco mais da história de cada uma e saber como estava a recepção das criações e, principalmente, das negociações. E, de fato, nossas conversas só comprovaram a euforia dos corredores: o otimismo voltou a acompanhar as transações.

CONFRARIA

Se o Brasil pudesse ser traduzido em bolsas, certamente teria a cara da Confraria. Há 20 anos no mercado, a grife deAna Paula Ávila Braga reúne uma combinação do que a nossa cultura tem de mais exuberante no cenário internacional. Seja em peças de junco, uma fibra da Amazônia, ou em pele de coelho, um dos principais produtos que o Brasil exporta, as criações da mineira radicada em Brasília são sucesso por onde passam. Presente em todos os estados brasileiros e cinco países da América, Europa e Ásia, Ana Paula destaca que a pluralidade e a inovação fazem parte da identidade da marca.

“Eu estou sempre tentando fazer uma coleção legal e que surpreenda os clientes. Eu acabei de voltar da Premiere Classe de Paris e percebi que está todo mundo cansado de tanta coisa igual e de closet entulhado. Eu quero sempre fazer peças que as pessoas olhem, se surpreendam e reconheçam o trabalho que foi dedicado. Eu acho que as pessoas, de um modo geral, estão muito cansadas de peças semelhantes às que elas já possuem. Quando eu crio uma coleção, eu penso em uns 15 estilos diferentes de mulher. Tem bolsa para as que são mais minimalistas, para as mais elaboradas, para as mais descoladas… Enfim, eu penso e crio para uma mulher com tendências mais globais. A Confraria não segue muito um padrão de mulher, ela agrega gostos de uma mistura extremamente plural”, explicou.

Isso tudo sei deixar a brasilidade de lado. Como ressaltou, lá fora, o junco é uma das estrelas da marca. Segundo a designer, a recepção do mercado estrangeiro das peças da Confraria é “fantástica”. “Os gringos se apaixonam logo de cara pelo junco, principalmente, porque é um trabalho que a Confraria que criou. Esta fibra é totalmente diferente da que outras marcas, como Kate Spade e Dolce & Gabbana, usam em suas peças. Esse material, eu recebo da Amazônia e demorei mais de cinco anos para conseguir que a bolsa ficasse perfeita. Então, demanda um trabalho insano para fazer peças com essa matéria-prima, já que ele é um material que tem vida própria e entorta facilmente”, explicou.

Outro destaque das coleções da Confraria são as bolsas em pelo de coelho. Como fez questão de reafirmar, Ana Paula Ávila Braga se preocupa com a procedência do material e só usa peles verdadeiras que sejam originais e com certificado de origem. “Nós atuamos como uma cadeia de reaproveitamento. Damos uma nova forma para que esta matéria seja utilizada de forma produtiva”, explicou a designer que destacou que o Brasil é um dos principais exportadores de carne de coelho do mundo.

Animada e satisfeita com o resultado dos quatro dias de vendas no Salão de Negócios do Minas Trend, Ana Paula Ávila Braga disse que o mercado mineiro está mais aquecido. Nascida e criada em Minas Gerais mas, atualmente, moradora da capital federal, a designer afirma que anos atrás a situação era diferente. “Depois que a Confraria foi para Brasília, nós percebemos que o mercado de Minas Gerais é um pouco mais lento. Mas agora, esse agito econômico está voltando muito forte. Nós estamos percebendo que está bem acelerado o ritmo das negociações por aqui”, relatou.

[email protected]