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SPFW Day #2: da Amazônia minimalista da Osklen às homenagens de Lilly Sarti

Desfiles exuberantes da Água de Coco e Tryia marcaram segundo dia do evento

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O segundo dia da edição Verão ’16 da São Paulo Fashion Week começou com desfiles de Paula Raia e Osklen, ambos realizados fora do espaço central do evento, no Parque Candido Portinari. Enquanto Raia optou por apresentar sua coleção em sua própria casa, a Osklen utilizou o espaço da galeria Bolsa de Arte. 

As peças apresentadas por Paula Raia vinham com ares de continuação de sua última coleção, mostrando que a estilista segue brincando com formas e materiais, tudo dentro de sua peculiar visão da moda. No centro do pensamento da criadora, desta vez, estavam as sereias, tema que acarretou em vestidos brancos e off-white, com direito até a telas que são, na verdade, redes de pescadores, além de transparências diversas.

Já a Osklen optou por uma apresentação para poucos-e-bons, exibindo somente sua coleção feminina, que preserva seu DNA urbano-contemporâneo. Grafismos em preto, branco e vermelho-urucum da tribo Ashaninka salpicavam as criações futuristas de Oskar Metsavaht. A Ellus resolveu trazer para o próximo verão um mergulho profundo em Marrakesh, puxando inspiração de bérberes e tuaregues nas peças criadas por Rodolfo de Souza e Adriana Bozon. Algo como se o jeanswear da marca fosse atravessado por uma boa dose de exotismo.

Ainda na pegada étnica deste segundo dia, a Água de Coco voltou seus olhos para o Ceará, estado de onde vem a marca. Liana Thomaz fez uma poderosa apresentação com peças que mesclam estampas, bordados e acabamentos artesanais da região. Ignorando a velha discussão usável-ou-não, o desfile mostrou um trabalho primoroso de criação - e é isso o que vale, certo?

Antenada com o gosto de suas clientes, Lilly Sarti reinventou seu próprio estilo ao acrescentar um aroma 70’s a suas peças. O fotógrafo Helmut Newton e as estrelas de cinema Jacqueline Bisset e Charlotte Rampling foram alguns dos nomes evocados pelo desfile da estilista, que mais parecia um editorial desta década, de tão belo que era seu colorido.

A Sacada jogou tinta na passarela. Imersa na pop art de Roy Litchtenstein, a grife mostrou peças que abusam do pontilhismo das retículos gráficas como estampa, a maior parte em linha A, super bem cortadas e fresquinhas. Verão puro: fresco, bonito e bem feito.

Ainda na verde dos anos 70, Juliana Jabour usou toda sua graça para dar sua visão da época. Criações descontraídas e despretensiosas deram o tom da apresentação. O ponto alto? Macacões e macaquinhos, peças que já fazem parte do repertório da marca. HT adorou!

Fechando o dia, a Triya, desta vez, não incrementou suas peças com recortes estranhos (que costumam fazer um show na passarela) mas caprichou em suas estampas, uma mais bonita que a outra. Isabela Frugiuele - dona e cabeça pensante da label - acertou em cheio. Certamente a coleção agradará, especialmente, aos produtores de moda que quiserem arrojar em seus editoriais.

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