ASSINE
search button

Florence + The Machine resiste a line-up esquizofrênico e 'flutua' sobre plateia

Summer Soul Festival arrisca em escalação, mas banda britânica encanta com poder de sua vocalista

Compartilhar

Confira também o nosso blog.

Entre uma Iemanjá glamurosa e uma Maria Bethânia hipster, Florence Welch hipnotizou a plateia da HSBC Arena, agora há pouco, no Summer Soul Festival. Apesar de um line-up problemático, que incluiu Seu Jorge logo após a 'máquina' comandada pela ruiva, a apresentação da banda se garantiu, graças ao poder vocal e carisma da líder da trupe, vestida em um caftã fluido azul, que valorizou muito mais seu visual exótico do que a escolha em São Paulo, ontem (o mesmo dresscode, porém em um tom amarelo que não favoreceu a pele alva de Florence). Em tempo: os dois figurinos são assinados por nosso brasileiríssimo estilista Carlos Miele, tá, meu bem?

Entre canções do primeiro álbum, 'Lungs', e o mais recente, 'Ceremonials, Florence + The Machine pôde exibir um amadurecimento imenso, com as canções mais recentes rendendo muito mais no palco, como 'Shake it out', 'Only for a night' e 'No light, no light'. A exceção, claro, fica por conta de 'Dog days are over', faixa do primeiro disco que levou todo o público à loucura. No geral, o CD mais recente pôde comprovar todo seu poder e superioridade ao de estreia do grupo. E, do lado de cá, fica a impressão de que Florence Welch poderia flutuar de forma ainda mais leve e competente, caso não estivesse deslocada em um line-up equivocado. Imagine a apresentação da banda em outro lugar, outra data, com seu público (que é muito fiel, específico e não tem interseções com o público de Seu Jorge, em sua maioria) podendo apreciar a soturna energia de Florence. A catarse, parcial, seria inesquecível.

[email protected]