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HT no Rock in Rio: em show histórico, Red Hot Chili Peppers chega ao auge

Líder da banda, Anthony Kiedis deu trabalho à transmissão de TV, vestindo camiseta com publicidade. No bis, homenagem a Rafael Mascarenhas, filho de Cissa Guimarães

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Diferente da disputa por atenção que aconteceu, naturalmente, entre as atrações do Palco Mundo do Rock in Rio, o segundo dia proporcionou uma espécia de ansiedade coletiva que se transportou para as apresentações que antecederam o grande momento da noite: o show dos californianos do Red Hot Chili Peppers.

Com segurança, sem medo e demonstrando uma maturidade que o destaca das bandas adolescentes que se proliferam pela cena nacional, o NX Zero abriu os trabalhos no espaço principal. Para depois dar lugar à chuva intensa e ao som pesado dos americanos do Stone Sour, que conseguiram manter a energia do público em alta, apesar do vento e da temperatura em queda vertiginosa. Mas, nada que o discurso pseudo-político clichê de Dinho Ouro Preto não resolvesse.

O Capital Inicial, em seu terceiro Rock in Rio, fez um show com clássicos e a inclusão de 'Shoul I stay or should I go', do The Clash. Só pelo fato de não ter sido trágico, já saímos no lucro. E a plateia, acredite, adorou a performance dos dinossauros do rock nacional.

Em seguida, os britânicos do Snow Patrol trouxeram melancolia ao Palco Mundo. Além de uma simpatia marcante e um dueto interessante do vocalista Gary Lightbody com a brasileiríssima Mariana Aydar. Mas, com o passar dos minutos, era notável a ansiedade, no rosto de cada um na plateia, por conta do clímax que se aproximava. E que clímax, amigos.

Red Hot Chili Peppers, dez anos após uma apresentação, para muitos, morna, no Rock in Rio 2001, trouxe ao ano de 2011 um show que marca, sem dúvida, o nome da banda entre os grandes do rock mundial, definitivamente. E muito desta consolidação vem da estratégia genial de mesclar clássicos com faixas de 'I'm with you', álbum mais recente da banda. O resultado foi uma profusão de mãos ao alto, pés saindo do chão e aplausos fervorosos. A substituição do festejado guitarrista John Frusciante por Josh Klinghoffer, temida por muitos, não foi sentida, diga-se de passagem, muito mais pela eficiência de Josh do que por uma possível menos valia de Frusciante.

Anthony Kiedis, vocalista, roubou a cena em diversos momentos, por conta da camiseta que vestiu durante o show, em que era estampada a marca de uma cervejaria, dando muito trabalho à transmissão de TV. Mas, no bis, a emoção tomou conta da Cidade do Rock, com a homenagem que a banda fez a Rafael Mascarenhas, filho de Cissa Guimarães, morto em julho de 2010. O rapaz, fã da banda, completaria 20 anos justamente neste sábado. 'Happy birthday, Rafa', disse Anthony, em dado momento.

Com a generosidade do tributo, o Red Hot Chili Peppers fecha o combo que ainda reúne carisma  e competência, chegando ao auge após quase 30 anos de carreira. Histórico.

por Pedro Willmersdorf

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