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A dor, as lembranças e um flashback sobre Amy Winehouse

A diva que despertava amor e ódio em seu público esteve no Rio e nós, da coluna, lembramos a cobertura de uma noite incrível e repleta de música e perguntinhas gostosas para os famosos que lotaram a HSBC Arena

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Chorei e muito. Na minha febre de Twitter, no início da tarde de hoje, li um post do blogueiro Bryan Boy (Bryan Grey-Yambao), filipino, radicado nos Estados Unidos, alertando para a informação “ainda não confirmada” da morte da diva mor do soul americano atual Amy Winehouse. Liguei a TV e veio o pior. Chorei e muito, volto a repetir. Corri novamente para o Twitter e comecei a ler os comentários. A minha reação foi imediata: postei lá um pedido para que algumas pessoas parassem de fazer piada com a morte dela. Escrevi: “Todos sabem da opção de vida e blablablá. Mas não é legal fazer piada com a morte de Amy Winehouse. Nem com a de ninguém. #fato”. E numa corrente bacana, as pessoas começaram a retuitar. Todos nós sabemos da opção de vida de Amy, mas quem somos nós para julgá-la nesse momento?

No Facebook, imeditamente, um amigo lembrou de outros ícones que passaram pela minha, pela sua, pela nossa vida musical e que morreram aos 27 anos: Jim Morrisson (1943-1971),  ex-vocalista da banda de rock The Doors, Janis Joplin (1943-1970), Jimi Hendrix (1942-1970), Kurt Cobain (1967-1994) e Brian Jones (1942-1969). Meu pai, Nelson Tolipan, expert em jazz e blues, mencionou ainda de um dos maiores nomes do blues norte-americano, o guitarrista Robert Leroy Johnson (1911-1938). Aliás, meu pai, assim que soube da morte de Amy – e ele está saindo de uma internação no Pró-Cardíaco – ligou correndo para compartilhar a notícia.

E foi isso que o mundo inteiro fez hoje: compartilhar, dividir, expressar seu sentimento com palavras pelas mais diversas redes sociais. Rita Lee, a polêmica-mor do Twitter, escreveu: “Vida de artista é clichê. Ou morre de overdose, ou entra pra uma seita, ou vive em rehabs. Os sobreviventes viram dinossauros. Ass Tiranossaura”. E Janelle Monáe, que abriu os shows da última turnê de Amy: “O coração está pesado. Toda minha solidariedade para a família de Amy Winehouse, muito querida. Rezando para que tenha muita força neste momento”. Demi Moore pegou mais pesado: “É muito triste essa notícia. Que a alma perturbada dela encontre a paz”. Bem... fui buscar nos meus arquivos as notícias que publiquei na passagem de Amy pelo Rio, em janeiro passado, e como ela amava essa cidade. Aliás, ficou hospedada no Hotel Santa Teresa, que tristemente sofreu um grande assalto, na semana passada.

Com o título “Amy ou deixe-a, escrevi no dia 6 de janeiro: “Amy Winehouse já chegou ao Brasil e adivinha que cidade escolheu para ser sua base? O lindo Rio de Janeiro, claro! Ela fez check-in, ontem de manhã, no Hotel Santa Teresa, onde ficará hospedada e dizem que amou o bairro. Sábado, Amy já tem show em Florianópolis. A agenda segue com Rio, nos dias 10 e 11; Recife, 13; e São Paulo, 15. O quarto em que Amy está tem 160m² e até uma luneta, para que ela possa apreciar a vista da Baía de Guanabara, além do Morro da Providência e a comunidade da Mangueira. Lembrando que a cantora pediu para o camarim quatro garrafas do vinho tinto francês grand cru classe Pomerol, cervejas mexicanas, vodca russa, champanhe francês, água tônica, sucos de laranja e cranberry, refrigerantes e leite desnatado. Para comer, batata chips, iogurte orgânico, tortillas mexicanas e balas da marca Haribo. Amy Winehouse vai cantar músicas inéditas durante sua turnê pelo Brasil, como disse Zalon, backing vocal da cantora, em seu Twitter. Backing vocal de Amy, Heshima Thompson pstou no Twitter uma foto de seu último ensaio em Londres, antes de embarcar para o Brasil”.

No dia do show, lá estava com minha equipe na HSBC Arena, em Jacarepaguá, e publicamos várias fotos e o seguinte texto pós-espetáculo. “Janelle Monáe é uma menina. Uma menina que dança muito e que é fã de Michael Jackson. Não é preciso muito tempo para reparar na clara influência musical e em seu cabelo com topete black à la Jackson 5, no sapato Oxford bicolor e na combinação de camisa branca e calça-quase-corsário preta. Se algum espectador for imune às suas batidas, os pés da cantora – que não paravam um minuto e pareciam que fariam um nó – faziam o papel de contagiar quem estivesse parado. E se todos estavam curiosos com a tela em branco e as tintas que Janelle pediu no camarim, a resposta veio em forma de uma pintura abstrata que a própria fez no meio do palco.

Como dizem por aí que o melhor vem no final, Janelle guardou seus sucessos Tightrope e Cold war para fechar o show e deixar o público da HSBC Arena com gostinho de quero mais e devidamente aquecido para encontrar, às 22h20, com Miss Amy Winehouse.

Dos camarotes de frente para o palco, nós queríamos saber quem seria a Amy Winehouse brasileira, tanto no talento, quanto na personalidade, digamos, polêmica. Maitê Proença e Susana Vieira, sentadas lado a lado com seus respectivos companheiros, apostaram em uma mistura da voz de Emílio Santiago com o roqueiro Lobão. Já Murilo Benício e Guilhermina Guinle não titubearam na hora de apontar para a cantora Ana Carolina e seu vozeirão inconfundível, que sentava ao lado deles. Ana adorou a comparação, mas, na hora de fazer sua escolha, apostou na célebre Angela Ro Ro e na eterna Cássia Eller. Assim como a maior parte dos fãs famosos, Victor Fasano acha que o talento e a personalidade de Amy são incomparáveis. “Ela é única. Drug addict assumida e não está nem aí. Por mais louca que seja, um talento que nem o dela nunca se perde. É impressionante como Amy consegue ser feia, magrela, estranha e ao mesmo tempo ser uma mulher exuberante”, disse o ator. Marcos Paulo conseguiu resumir bem a personalidade excêntrica da estrela da noite: “Ela tem todas as qualidades de uma diva. Não existe gênio que não seja um pouco louco”, comentou o diretor, ao lado da amada, Antonia Fontenelle.

Para dar um upgrade do roteiro de Amy, que não saiu muito do hotel, aqui na nossa Cidade Maravilhosa, preparamos um roteiro para fazer dessa já moradora do Hotel Santa Teresa uma carioca nata. Maitê Proença acha essencial “uma caída no mar, para ela sentir a nossa energia”. Alinne Moraes e Gabriela Duarte acham que o mar da Prainha e da Restinga seriam a escolha certa. Já Victor Fasano acredita que o melhor seria passar o dia em Ipanema com direito à aplaudir o pôr-do-sol. Para Lise Grendene e Henri Castelli, ela deveria aproveitar as redondezas do hotel e conhecer os outros cantinhos de Santa Teresa e, quem sabe, esticar um pouquinho e sair caminhando pelas Paineiras com Christiane Torloni: “Aquilo é lindo”, dizia ela. Depois de um dia relax, Fred Lessa levaria Amy para o Diagonal, no Leblon, no fim da tarde para apresentar uns amigos e depois emendar no Baixo Gávea com Fernanda Vasconcelos e Bruno Mazzeo. À noite, que tal uma passada no Rival com Leandra Leal?

Ou então um samba, com Gabriel, O Pensador, e a quadra da Portela com Diogo Nogueira? Mas fica a dica que o grupo mais bombado e animado a levaria para a noite da Lapa, o berço da boemia e da diversidade carioca, onde é impossível não se divertir. Dizem por aí que Amy chegou a perguntar sobre a noite do bairro, mas se quiser ir mesmo, melhor chamar Ana Carolina, a Sophie Charlotte e mais 90% desse pessoal daqui ao lado. Marcos Paulo e Antonia Fontenelle aumentariam o tempo de estadia dela aqui para Amy curtir outras festas e emendar no Carnaval da Marquês de Sapucaí. E se no fim de tudo bater fome, é só fugir para o Rei da Codorna, lá na saída do Projac. Guilhermina Guinle e Murilo Benício garantem que vale a pena. Ah, se Amy quisesse dormir em um lugar diferente, Reynaldo Gianecchini deu a dica: “Eu a levaria para minha casa!”. Podem infartar, meninas. Apesar do ar-condicionado geladinho e dos comes e bebes liberados do camarote, muitos convidados não resistiram à oportunidade de ver Amy Winehouse de pertinho e desceram para a pista Premium. Entre os mais animados? Henri Castelli, Leandra Leal, Bruno GagliassoeGiovanna Ewbank, Luana Piovani e Felipe Simão, Flávia Alessandra e Bruno Mazzeo que, talvez em homenagem à cantora, saiu da Arena depois de algumas cervejas a mais. De Danielle Winits no fim do show: “Já? Impossível”.

Pois é, caro leitor, Amy Winehouse entrou para o meu, o seu, o nosso rol dos grandes nomes da música internacional. Não tem como negar.

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