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Exclusivo: os bastidores do 22º Prêmio da Música Brasileira

O que só a gente viu por detrás dos panos do Theatro Municipal do Rio

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Enquanto a entrada das escadarias do Theatro Municipal estava cheia de fotógrafos esperando a chegada de nomes como Vanessa da Mata, Elba Ramalho e Cauby Peixoto, decidimos passear pelos corredores do Grandioso em direção aos bastidores do prêmio.

Logo que chegamos no primeiro andar, pudemos ouvir de longe o ensaio enérgico de Yamandú Costa e Hamilton de Holanda, um no violão e o outro no bandolim, que embalava a arrumação dos pierrôs e colombinas que entrariam no final da premiação para transformar o Municipal em um baile de carnaval à la Noel Rosa (1910-1937), o homenageado da noite.

Em outra sala, sem querer, interrompemos o descanso pré-palco de Zizi Possi, que sem a menor cerimônia nos recebeu deitada em um divã, preto como a calça e a blusa que usava, com rolinhos e bobes no cabelo. A cantora está envolvida com a turnê de seu(s) novo(s) DVD(s), Cantos e contos, que estão nas lojas em dois volumes. “Fiz questão de fazer um DVD só com os bastidores dos 12 shows que gravamos, porque o encontro com os amigos é a parte mais divertida e é justamente a que o público não participa”, explicou Zizi antes do cochilo final pré-apresentação.

No camarim ao lado, Zélia Duncan estava um tanto acanhada de nos deixar ver seus rolinhos na cabeça, enquanto se preparava para vestir o longo azul marinho da última coleção de Ronaldo Fraga, que também homenageou Noel Rosa. A todo vapor também estão os preparativos para a turnê do novo CD de Zélia, que começa em Agosto. “Vai ser bem corrido porque vou sair viajando pelo Brasil com o prêmio e com os shows do novo álbum. Mas assim que é bom”, disse.

Em uma salinha no segundo andar, Jô Soares e sua camisa florida faziam a alegria das camareiras, que até chegaram às lágrimas ao posar para fotos ao lado dele. Depois de distribuir sorrisos, Jô voltou para a tábua de queijos que estava sobre a mesa de seu camarim, ao lado do tablet cheio de e-books. “Estou lendo uma biografia de Jesus, escrita pelo Paul Johnson, onde ele ressalta acontecimentos que não tem tanta relevância dentro dos evangelhos. O mais interessante é que esse mesmo autor escreveu uma biografia do Winston Churchill que eu adorei”, contou ele, dando a dica literária.

Foi tocado o segundo sinal dentro do Theatro e para a coxia fomos, à espera de Regina Casé e Déborah Bloch, apresentadoras da noite, que, minutos antes, conversavam sobre o roteiro da apresentação no corredor de camarins que dividiam com Nana Caymmi.

Ao lado de sua filha Beatriz Fraga, Paulinho da Viola abriu a série de apresentações, cantando De Babado e Feitiço da Vila, antes de subir correndo de volta para o seu camarim para assistir ao jogo de estreia de Juninho Pernambucano no Vasco.

A cada nova homenagem a Noel Rosa, as laterais do palco se transformavam em uma casa de samba na Lapa. Quando os vocais eram de Zélia Duncan e Tulipa Ruiz, as meninas que entregavam os prêmios não resistiam ao samba no pé. Já na hora da cantoria de Wilson das Neves e Tantinho da Mangueira, foi o pernambucano Lenine que usou os passos de samba para aquecer sua entrada no palco. Depois de cantar Pierrot ApaixonadoAs Pastorinhas e O Orvalho Vem Caindo com Luísa Malta, Lenine puxou a amiga Marisa Monte para uma conversa animada que duraria horas se ambos não tivessem que voltar ao palco em pouco tempo.

Sentadas em duas cadeiras, Aracy Balabanian e Nathália Timberg assistiam a tudo, trocavam confidências e acompanhavam o ritmo dos batuques da banda com discretas balançadas de pés e cabeças. Quando todos os 35 troféus estavam nas mãos de seus devidos donos, as duas deram aos mãos ao amigo Jô Soares para dar adeus ao público junto de todos os outros grandes nomes que haviam subido ao palco do Municipal naquela noite.

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