ASSINE
search button

Caiu a máscara do “professor”

Compartilhar

A aura de Tite como profi ssional exemplar, ético, isento, justo e, acima de tudo, preocupado com o que é de melhor para o nosso futebol, esvai-se como num passe de mágica. Já durante a Copa da Rússia, ele começou a revelar-se, quando criticou duramente o técnico Juan Carlos Osório, do México, por reclamar das simulações de Neymar. 

No dia seguinte, o UOL relembrou antiga entrevista do treinador da seleção, à época no Corinthians, fazendo rigorosamente o mesmo tipo de queixa contra o mesmíssimo jogador, então no Santos. 

Anteontem, numa convocação esdrúxula, para dois amistosos ridículos, ele tirou de duas rodadas do Brasileiro e das primeiras partidas das semifinais da Copa do Brasil, jogadores do Cruzeiro, do Flamengo, do Grêmio, do Corinthians e do Fluminense.

Uma vez mais o UOL, agindo jornalisticamente, relembrou que, nos tempos em que a seleção era dirigida por Dunga, Tite queixou-se dos desfalques causadas pelas convocações. 

Resumindo a hipocrisia, em ditos populares: “pimenta nos olhos dos outros é refresco” ou então “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”. 

A questão do calendário 

É óbvio que o problema maior de toda essa absurda história é a questão do nosso calendário, o único no planeta bola que não paralisa seus torneios durante as datas Fifa. Ok. Mas, e o propalado senso de justiça do treinador? Por que, ao invés de tirar os jogadores daqui, para disputar amistosos sem a menor importância, não aproveitou para chamar as promessas que estão lá fora, como Vinícius Jr., Paulinho, Militão etc. – todos inexplicavelmente esquecidos numa fase que foi anunciada como de testes e observação. 

Diante do que vem ocorrendo, os clubes precisam se unir para evitar esses disparates no futuro. Urge que exijam mudanças no calendário, com a diminuição dos estaduais e a paralisação obrigatória de todos os campeonatos nas datas Fifa. Do jeito que está é que não pode continuar. 

Esse papo furado de que são as federações que mandam vai até a página 2. No dia em que os clubes decidirem juntos que não aceitarão mais esse jugo e vão fundar uma liga, CBF e Federações não terão outra saída senão aceitar as novas regras. Simples assim. 

O que não é nada simples é esperar bom-senso e união dos nossos cartolas. 

Osso duro 

Sem Diego Alves, Réver e Diego, o Flamengo precisa vencer o Atlético Paranaense, hoje, na Arena da Baixada, para não deixar o São Paulo (que enfrenta a Chapecoense, no Morumbi) disparar, nem o Internacional (que encara o Paraná, no Beira-Rio) o ultrapassar. Apesar de o adversário do rubro-negro estar no Z-4, em penúltimo lugar, não deve ser jogo fácil. Historicamente, o Fla sempre sofreu na Arena da Baixada. Não creio que hoje vá ser diferente. 

Como Henrique Dourado está suspenso por ter recebido o terceiro cartão amarelo, a ocasião é perfeita para que Lincoln comece, enfim, uma partida como titular. Temo, porém, que Barbieri vá optar por Uribe, mesmo o colombiano vindo de contusão. A conferir. 

Confronto direto 

O Fluminense vai ao Independência para um jogo de confronto direto entre aqueles que, no meio da tabela, ainda lutam para se afastar da zona do rebaixamento. Tem 22 pontos contra 21 do América Mineiro, seu adversário de logo mais (o primeiro no Z-4, tem 18). 

Nos últimos três jogos pelo Brasileiro, o Flu perdeu dois e empatou um. Precisa aproveitar a boa fase de Pedro, artilheiro da competição, para voltar a vencer. A grande notícia da semana não foi nem a vitória e a classificação na Sul-Americana, mas o acerto com um novo patrocinador (um curso de inglês e espanhol) até o final do ano. 

“Yes!”, vai pintar alguma grana nos combalidos cofres das Laranjeiras. 

Força da arquibancada

 Motivado pela vitória na Sul-Americana, o Botafogo volta ao Nílton Santos para tentar encerrar um jejum de três rodadas no Brasileiro (dois empates e uma derrota). O adversário é o Atlético Mineiro. Seria bom que a torcida enchesse o estádio, como fez no triunfo sobre o Nacional do Paraguai. Hoje, o apoio será ainda mais importante, pois o rival é bem mais forte. 

Torcida especial 

Diante da dificuldade que vem encontrando para contratar o substituto de Jorginho, há em São Januário enorme torcida por uma boa vitória contra o Ceará, amanhã. Caso aconteça, aumentam as possibilidades do interino Valdir Bigode permanecer no cargo, numa solução caseira e barata. 

Feito extraordinário 

Novak Djokovic disputa hoje a final do Masters 1000 de Cincinnati, o único que ainda não venceu (já foi cinco vezes vice – perdendo três vezes para Andy Murray e duas para Roger Federer). Se triunfar, Nole será o primeiro tenista a ganhar todos os Masters 1000 do circuito, um feito extraordinário.

 Propaganda enganosa 

Depois dos últimos acontecimentos, será que alguma empresa ainda pensará em contratar Tite como garoto-propaganda? A imagem dele ficou cheia de pixels brancos...