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Sofrer é...

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Nos anos 70 e 80, fazia sucesso no mundo inteiro uma série de quadrinhos que trazia dois bonequinhos de mãos dadas, um menino e uma menina, sob o título “Amar é...”. Embaixo do casal, vinha uma frase que simbolizava os mais diversos gestos de amor. Assistindo ao jogo do Flamengo, em Bogotá, sugiro uma variação:

Sofrer é... 

Tomar conhecimento da escalação e ver Renê mantido e Arão titular. 

Assistir a 45 minutos sem que o ataque arme um lance digno de gol. 

Ver Renê errar tudo: de cobranças de laterais, a passes, e coberturas. 

Constatar que Arão é um inútil na marcação e na armação. 

Certificar-se de que Diego não consegue acertar mais um lançamento sequer. 

Gelar quando Henrique Dourado mete o braço na bola, dentro da área do Fla.

Irritar-se quando Dourado atua como um cone no ataque. 

Ser forçado a admitir que Vinícius Jr. está cada vez mais parecido com o Negueba. 

Morrer de pena de Paquetá e Cuellar, perdidos, num time de cegos. 

Sentir ódio do técnico juvenil que não mexe, no intervalo. 

Ficar com mais raiva, quando o rival toma conta do jogo e o treinador nada faz. 

Dar cambalhotas de fúria quando enfim há uma substituição e entra o Geuvânio! 

Estrebuchar de cólera, quando entra o Marlos Moreno! 

Chorar de desespero, quando vem o Jonas! 

Apesar de tudo continuar vendo a pelada até o final. 

Saber que a tortura continuará até a última rodada e, independentemente de uma possível classificação, a chance fazer algo que preste nesta Libertadores é zero.

Menos um 

E lá se vai o Paulinho, vendido ao Bayern Leverkusen por cerca de R$ 85 milhões, dos quais caberão ao Vasco (dono de 65% de seus direitos econômicos) pouco mais de R$ 55 milhões. Segue para a Alemanha quando fizer 18 anos, em 15 de julho e, como está lesionado e sua previsão de retornar aos gramados é posterior a esta data, nem sequer voltará a vestir a camisa do Vasco. Triste, mas compreensível, diante da penúria financeira do nosso futebol em geral e do Gigante da Colina em particular. Ao mesmo tempo em que vendia a sua joia mais valiosa, o conselho do clube aprovava outro pedido de empréstimo ao empresário Carlos Leite, que é dono de 20% dos direitos de Paulinho e também credor de mais R$ 30 milhões nos cofres de São Januário. Retrato fiel do futebol brasileiro.

Pires na mão

 Já preocupado com a possibilidade de seu centroavante Pedro ser também vendido na próxima janela, Abel aconselha a diretoria do Flu a ter paciência. E cita o caso de Richarlison, vendido ao Watford, no ano passado: “Ele foi vendido por 10 milhões e agora está para ser revendido por 40”. O técnico está coberto de razão. O problema é que, tal qual o Vasco, o Fluminense está de pires na mão, penando para pagar a folha salarial do futebol. Se aparecer um interessado do exterior, leva.

O novo CT do Glorioso 

Graças a um empréstimo de R$ 25 milhões, feito pelos irmãos alvinegros Moreira Salles (Banco Itaú, Alpargatas, Rede Integração de TV e rádio, em Minas Gerais, Videofilme etc.), o Botafogo comprou o Espaço Lonier, em Vargem Grande, e o transformará em seu novo centro de treinamento do futebol, previsto para estar pronto, em 2019, após obras no local. A pergunta que resta é: o que fará agora com o CT de General Severiano e os escombros de Marechal Hermes e do Caio Martins – praticamente abandonados e em precaríssimas condições?

Pálida sombra 

Assistir aos jogos de Novak Djokovic, nos dias de hoje, é sinônimo de tristeza para quem gosta de tênis. Nole perdeu ontem, em Barcelona, para o inexpressivo eslovaco Martin Klizan, número 140 do ranking. Está cada vez mais difícil crer que o sérvio voltará a ser um dia aquele jogador espetacular que dominou o circuito com autoridade de 2011 até a metade de 2016, vencendo, no período, nada menos que 11 torneios de Grand Slam, sendo quatro deles consecutivos, tornando-se assim o primeiro jogador, depois do mítico australiano Rod Laver, a deter todos os títulos ao mesmo tempo (Wimbledon-2015, US Open-2015, Aberto da Austrália-2016 e Roland Garros-2016). De lá pra cá, Djokovic perdeu o tesão, o rumo e tornou-se um jogador errático, inseguro e sem alma. Uma sombra do que já foi. Que pena! 

Em contrapartida, Rafael Nadal segue voando. Seu décimo-primeiro título em Roland Garros parece cada vez mais uma mera formalidade. Não há nem sequer um tenista que pareça capaz de pará-lo no saibro – especialmente em cinco sets. O Miúra só perde em Paris se for para si próprio, por algum problema físico.

King James 

Ginásio do Cleveland Cavaliers lotado, noventa e cinco a noventa e cinco no placar, alguns segundos para o final, ataque do Indiana Pacers, para vencer o jogo e fazer 3 a 2 no play-off. O ala Oladipo, do Pacers, avança para a bandeja da vitória e usa a tabela. Cesta? Pois sim! O toco de Lebron James é fenomenal e o tempo é imediatamente pedido pelos Cavs. Pelo cronômetro, restam apenas três segundos. É colocar a bola em jogo e chutar. LeBron marcado, marcadíssimo. Mas a bola, naturalmente, é pra ele mesmo. Que ginga e arremessa: cesta de três pontos e vitória, passando a frente na série. Delírio na quadra. King James atacou de novo.

Pintou a ?nal

O Bayern de Munique até começou pressionando e fez 1 a 0. Mas o Real Madrid virou e venceu por 2 a 1. Após 10 jogos consecutivos balançando as redes nos jogos deste ano na Liga dos Campeões, Cristiano Ronaldo não marcou (os gols foram de Marcelo e Asensio). É claro que num torneio cheia de surpresas e zebras como esse, tudo pode acontecer. Mas acho que pintou a final: Real Madrid x Liverpool. Mohamed Salah x CR7. Que duelo!