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Escritor português ofusca a argentina Pola Oloixarac durante mesa na Flip

valter hugo mãe foi aplaudido de pé depois de fazer homenagem ao povo brasileiro

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Apesar da presença tão esperada da escritora argentina Pola Oloixarac, mais recente queridinha da literatura latino-americana, foi seu companheiro de mesa, valter hugo mãe (que tem o nome grafado assim, em minúsculas mesmo) que arrancou aplausos de pé da plateia na Flip 2011.

Depois de ganhar o público durante a mesa "Pontos de fuga", na tarde desta sexta-feira (8), o escritor português encerrou com uma homenagem ao Brasil e afirmou que os brasileiros "fazem de mim um homem de ouro", depoimento pelo qual foi ovacionado. valter hugo mãe lança, durante o festival, seu mais recente livro, a máquina de fazer espanhóis (também em minúsculas), que conta a história de um homem de 84 anos que acaba de ficar viúvo e se vê diante da difícil tarefa de refazer sua vida. 

O escritor português, que também é músico e artista plástico, foi considerado por José Saramago como um "tsunami literário", depois do romance remorso de baltazar serapião, que lhe rendeu o prêmio que leva o nome do nobel português. 

Sobre seu fazer literário, o escritor, que é natural de Angola, afirmou que "usa a literatura para substituir o que lhe falta na vida". mãe também citou a influência da sua relação com o pai na elaboração de a máquina de fazer espanhóis. 

Mesmo assim, a argentina Pola Oloixarac não deixou por menos e divertiu a plateia com a notícia de que tinha esquecido do seu recente As teorias selvagens, de onde leria um trecho de sua obra - tradicional forma dos autores fazerem o primeiro contato com a plateia na Flip. Pola arriscou ler o livro na versão em português, mas não foi muito longe.

A escritora levantou polêmica nos primeiros dias do festival ao comparar o escritor homenageado pela Flip, Oswald de Andrade, com o consagrado conterrâneo Jorge Luis Borges e dizer que acha o brasileiro mais "original". Durante a mesa, Pola tocou em novas polêmicas ao dizer que acha Pelé melhor do que Maradona e que "os argentinos adoram o Brasil" 

"Enxergamos o Brasil como um lugar cheio de fantasia e que concentra a felicidade", opinou.

No romance As teorias selvagens, lançado pelo selo Benvirá, da Saraiva, a escritora desenha histórias paralelas, como a da estudante de filosofia que é obcecada pelo professor, do casal de nerds que compartilha perversões sexuais e do antropólogo que cria teorias a partir de uma vivência na África. 

"Eu escrevo porque me divirto", contou. "Desenho meus personagens como pessoas com quem gostaria de estar, até porque vou passar muito tempo com elas enquanto escrevo o livro".

Considerada um dos grandes nomes da nova geração de escritores da língua espanhola, atualmente, a argentina trabalha em uma ficção estilo Sci-fi, baseada em uma experiência que teve numa base militar na Califórnia e também escreve um romance sobre plantas, que é, em parte, ambientado nas florestas brasileiras.