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Saiba por que 'Inquietos' é um dos filmes mais procurados do Festival do Rio

Combinação de narrativa hollywoodiana e elementos suaves é imperdível

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Delicadeza. É essa a característica que marca Inquietos, o último filme do diretor americano Gus Van Sant. A trama conta a história de Annabel, uma jovem com câncer que possui uma atitude muito positiva em relação à vida e Enoch, um adolescente que ainda não superou a morte de seus pais. Os dois se encontram em um velório, e iniciam assim uma bonita trajetória permeada por amor e amizade. Quando toma conhecimento do estágio terminal da doença de Annabel, o garoto promete ajudá-la a “se preparar” para a morte e fazê-la viver intensamente os últimos meses de sua existência.

A base do enredo já é bastante batida e conhecida pelo público através de filmes relativamente recentes como Doce Novembro (2001) e clássicos como Ensina-me a viver (1971). Porém, ler a sinopse não traz para o possível espectador a verdadeira dimensão da nova obra do diretor. Cada cena é construída com sensibilidade e maestria. Através de elementos intrigantes, como os diálogos de Enoch com seu amigo-fantasma (Hiroshi), o roteiro consegue abordar de forma poética a dificuldade de lidar com o fim, com as perdas e com a inescapável morte.

O filme que foi exibido na abertura da mostra Um certo olhar do Festival de Cannes 2011, é um misto de gêneros que mescla comédia e drama. Aliás, talvez o fato que mais impressione na carreira de Gus Van Sant seja essa confiança que o diretor apresenta em relação a seus trabalhos. Ele parece sempre seguir seus desejos em relação ao tipo de história que quer dirigir, sem se preocupar em repetir as fórmulas de sucessos anteriores ou em seguir uma linha autoral.

Para o realizador americano, parece fácil transitar entre cinema comercial e independente, entre o clássico e o alternativo. Se olharmos atentamente suas obras, encontraremos um leque absolutamente diverso. Em alguns momentos de sua trajetória, ele recorre ao cinema clássico narrativo, como fez em Milk - A voz da igualdade (2008). Em outras ocasiões, arrisca nos recursos estéticos e experimenta linguagens, como no caso de Elefante (2003) e Últimos dias (2005).

Vale destacar, em Inquietos, as atuações de Mia Wasikowska (Annabel), conhecida por Alice no país das maravilhas (2010), e do iniciante Henry Hooper (Enoch). Ambos contribuem para a leveza da produção, demonstrando através de falas, olhares e gestos, a mensagem que o diretor quer passar. A trilha sonora de Danny Elfman também se mostra essencial para a construção da atmosfera delicada.

Embora o filme esteja longe de ser um dos mais ousados do diretor, definitivamente merece a atenção dos frequentadores do Festival do Rio 2011. A combinação da narrativa hollywoodiana com toques de estranheza e elementos suaves, têm como resultado uma produção emocionante e adorável. Não dá pra perder!

Cotação: *** (Ótimo)

TER (18/10) 21:30 Roxy 2 [RX048] 

QUA (19/10) 15:10 Est Sesc Ipanema 1  [IP162] 

QUA (19/10) 19:20 Est Sesc Ipanema 1  [IP164] 

QUI (20/10) 15:20 Est Vivo Gávea 5 [GV567] 

QUI (20/10) 19:40 Est Vivo Gávea 5 [GV569]