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Federação de vela fará testes em Baía para Jogos de 2016

Equipe independente avaliará condições das águas no Rio

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O presidente da Federação Internacional de Vela (Isaf, na sigla em inglês), Carlo Croce, anunciou que enviará uma equipe independente de médicos e especialistas para verificar as condições das águas onde serão disputadas provas nas Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro. Em entrevista à ANSA às margens da 128ª Conferência do Comitê Olímpico Internacional (COI), em Kuala Lumpur, Croce disse que os especialistas terão como objetivo descobrir a verdadeira situação das águas, atualmente contaminadas com esgoto. 

"Estamos enviando uma equipe para recolher dados. Este time trabalhará para desvendar a verdade, em absoluta coerência com aquilo que o COI pediu. Os especialistas deverão descobrir de maneira objetiva qual a situação e o porquê, há dois anos, ouvimos que está 'tudo bem', enquanto tudo 'vai mal'", disse Croce. 

O presidente da federação também ressaltou que as medidas servem para garantir a segurança dos atletas. "Sabemos que um atleta olímpico está disposto a arriscar a própria pele e a vencer a qualquer custo, mas é nossa obrigação estarmos absolutamente certos e garantirmos a segurança", disse. A Baía de Guanabara receberá as provas de vela, enquanto a Lagoa Rodrigo de Freitas terá competições de canoagem e remo.    

Uma análise da água na Baía encomendada pela AP apontou para a presença de vírus e bactérias ligadas a fezes humanas. A notícia alarmou atletas e organizações esportivas e fez com que Búzios fosse cogitada para receber as provas. A outra opção seria transferir a competição de vela para o mar aberto. Apesar do comitê organizador dos jogos do Rio garantir que 80% das águas estarão limpas para as competições, atletas de alto rendimento duvidam da capacidade de resolver o problema a quase um ano para o início dos Jogos. 

O velejador britânico Luke Patience, medalha de prata em Londres, em 2012, reclamou da qualidade da água durante os treinos que têm feito no Rio. "A água daqui é nojenta. Já vi animais mortos e móveis boiando. Mas os Jogos serão aqui, falta um ano. Se fosse há 300 anos, sem tanta gente morando ao redor, seria perfeito", comentou.