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Carrasco em 1950, Ghiggia morre no aniversário do Maracanazo

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Morreu o homem que, com um simples chute de perna direita, fez milhões de brasileiros chorarem por anos e mais anos. Alcides Ghiggia, ex-ponta direita uruguaio, faleceu na tarde desta sexta-feira, aos 88 anos, vítima de um ataque cardíaco. Foi ele quem anotou o gol da vitória da seleção celeste sobre o Brasil na final da Copa do Mundo de 1950, no Uruguai. Ghiggia era o último jogador vivo que entrou em campo naquela partida. Agora, todos os protagonistas do duelo, estão mortos.

Curiosamente, o Maracanazo, como é conhecida aquela derrota canarinho por 2 a 1, completa aniversário nesta quinta-feira. Foi há exatamente 65 anos que o Uruguai chocou o planeta e superou a favoritíssima Seleção Brasileira na frente de 200 mil pessoas, no Rio de Janeiro. Foi em 16 de julho de 1950 que, para muitos, o Brasil sofreu o revés que o calejou para ganhar cinco títulos mundiais no futebol. Foi em 16 de julho de 2015 que Ghiggia, nome que por décadas e décadas foi sinônimo de tristeza e decepção no País do esporte mais popular do planeta, morreu. Só poderia ser deste jeito.

Alcides Ghiggia ganhou status de lenda do futebol uruguaio em 1950. Foi ele quem anotou um dos gols mais sublimes da história das Copas. Não por causa da beleza, mas sim pelo tamanho, importância. Ao receber passe na ponta direita aos 34min do segundo tempo, invadir a grande área e fuzilar no canto esquerdo de Barbosa, o ex-ponta-direita não só balançou as redes e provocou o maior silêncio já sentido no Maracanã. Ele cavou um lugar na história.

O gol de Ghiggia foi o da vitória por 2 a 1 do Uruguai sobre o Brasil na final do Mundial daquele ano. A Seleção atuava diante de mais 200 mil pessoas no estádio mais lendário do futebol e jogava por um empate para ser campeã da Copa pela primeira vez. A festa estava armada. Dias antes, políticos, torcedores e jornalistas já declaravam o País como novo detentor da Taça Jules Rimet, até porque o time verde e amarelo era considerado superior ao uruguaio.

Para facilitar, Friaça havia aberto o placar na partida decisiva da Copa, no início do segundo tempo. Só uma virada impediria a festa dos brasileiros naquele 16 de julho de 1950. E ela aconteceu. Schiaffino empatou aos 21min, após assistência de Ghiggia, e o próprio ponta direita foi o responsável por fazer o segundo, já perto do fim do jogo.