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Delator admite propinas nas Copas de 1998 e 2010

Ex-dirigente da Fifa, Chuck Blazer está colaborando com o FBI

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Peça-chave do escândalo de corrupção envolvendo a Fifa, Chuck Blazer revelou ao FBI que membros da entidade, inclusive ele, receberam propinas no processo de escolha da sede da Copa do Mundo de 1998, realizada na França. A denúncia faz parte de um depoimento de 2013 do ex-integrante do comitê executivo do órgão máximo do futebol, que colabora há pelo menos três anos com a Justiça norte-americana. 

Além disso, no mesmo interrogatório, Blazer disse que também houve corrupção na eleição do país que receberia o Mundial de 2010, vencida pela África do Sul.

Segundo o delator, ele e outros membros da Fifa receberam subornos não apenas para escolher determinada nação como sede da Copa, mas também em contratos de direitos televisivos. As propinas eram pagas nos Estados Unidos e em seguida transferidas para paraísos fiscais no Caribe.

Blazer começou a cooperar com o FBI após ser acusado de receber subornos de entidades esportivas e não declarar recursos à Receita norte-americana. Em um acordo, ele se declarou culpado, devolveu quase US$ 2 milhões e passou a denunciar outras pessoas.

Além das suspeitas envolvendo os Mundiais de 1998 e 2010, o FBI e as autoridades suíças também estão investigando a escolha de Rússia e Catar para receber as Copas de 2018 e 2022, segundo a imprensa dos Estados Unidos.

FBI investiga escolha das sedes das Copas de 2018 e 2022

Por outro lado, autoridades americanas informaram nesta quarta-feira que o FBI investiga a escolha das sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022, na Rússia e no Catar, respectivamente. O assunto vai além dos indiciamentos de dirigentes de futebol e empresários de marketing, anunciados na semana passada.  

As autoridades suíças também já investigam a escolha das sedes dos Mundiais de 2018 e 2022. 

Entre os pontos investigados pelo FBI está a administração da Fifa pelo suíço Joseph Blatter, que renunciou na segunda-feira, pouco antes de surgirem informações de que era investigado pela Justiça dos EUA. As autoridades americanas disseram, na semana passada, que as investigações continuariam.

Interpol emite alerta para prisão de um brasileiro e 5 estrangeiros

Nesta quarta, a pedido da Justiça dos Estados Unidos, a Interpol emitiu um alerta internacional para a prisão de dois ex-dirigentes da Federação Internacional de Futebol (Fifa) e quatro executivos acusados de extorsão, conspiração e corrupção. Entre os procurados está o brasileiro José Margulies, dirigente da empresa Valente Corp. e Somerton.

José Marguiles nasceu em Buenos Aires e veio para o Brasil com 23 anos, onde se naturalizou. Sua empresa reúne direitos de transmissão de eventos esportivos e trabalhou por cerca de 20 anos diretamente com J.Hawilla, dono da Traffic, também investigada pelos EUA. Marguiles intermediava contratos com a Conmebol com empresas de televisão e marketing esportivo. Ele é suspeito de ter feito a ligação de pagamentos ilegais quando trabalhava com a venda de direitos de transmissão para a Traffic, como as Eliminatórias da Copa do Mundo.

Os dois ex-dirigentes da Fifa na lista são o ex-vice-presidente, Jack Warner, de Trinidad & Tobago, e o ex-membro do Comitê Executivo da entidade, Nicolás Leoz, do Paraguai. O argentino Alejandro Buzarco, dirigente da empresa de marketing esportivo Torneos y Competencias, também está na lista, que inclui ainda seus compatriotas Hugo Jinkis e Mariano Jinkis, dirigentes da empresa Full Play Group S.A, do mesmo ramo.

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O alerta serve para avisar aos países membros da Interpol que as pessoas listadas são procuradas pela justiça de algum país e devem ser extraditadas. No comunicado, a Interpol informa que seu papel é o de ajudar na identificação e localização dos procurados e que não pode obrigar os países a efetuar as prisões.

Chamado de Red Notice (alerta vermelho), o alerta não tem força de mandado de prisão internacional.