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Briga entre poderosos dirigentes teria iniciado investigação da Fifa

Americano teria cometido "traição" e apoiado escolha do Catar como sede da Copa

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Reportagem do jornal The Sunday Times, deste domingo (31), revela que uma briga entre poderosos dirigentes de futebol pode ter sido o estopim para a deflagração do escândalo de corrupção da Fifa. De acordo com o jornal, Chuck Blazer e Jack Warner comandavam a Concacaf e, na disputa pela sede da Copa do Mundo de 2022 eles votariam nos Estados Unidos contra o Catar, Austrália, Japão e Coreia do Sul.  Contudo, Blazer, ao ver acidentalmente a lista dos nomes que apoiariam o Catar, constatou para sua surpresa que constava o nome de Jack Warner. O dirigente que comandava o futebol dos Estados Unidos estava votando contra os americanos, segundo a reportagem. 

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Fontes em Washington ouvidas pelo jornal britânico disseram que as acusações de corrupção começaram a surgir quando a Fifa elegeu o Catar em detrimento dos Estados Unidos. Em 2011, Blazer foi detido pelo FBI  por não ter declarado sua renda. Ele teve como opção ser preso ou colaborar. Possivelmente ainda contrariado com a traição do amigo, Blazer teria escolhido então colaborar e, com um gravador camuflado, passou a participar de reuniões de funcionários da Fifa. A partir daí as investigações avançaram com a descoberta de extorsões, fraudes, lavagens de dinheiro e evasões fiscais. Os agentes americanos rastrearam US$ 11 milhões não declarados por Blazer. Ele perdeu US$ 1,9 milhão, mas concordou em devolver a quantia quando for sentenciado. 

Enfrentando denúncias, Warner foi obrigado a renunciar da presidência da Concacaf. Dentre elas estavam a negociação de uma propina de US$ 10 milhões para garantir a Copa do Mundo de 2010 na África do Sul e a venda de votos para a eleição do mesmo Mohammed Bin Hammam para a presidência da Fifa em 2011.