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Software do COB detalha performance de cada atleta olímpico

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Por trás do alto rendimento esperado dos atletas brasileiros para os Jogos Olímpicos de 2016 existe a tecnologia. Um software desenvolvido pelo Comitê Olímpico Brasileiro monitora ao detalhe cada um dos atletas de todas as modalidades olímpicas. A chamada “Inteligência Competitiva” está sendo usada pelo COB para monitorar os atletas brasileiros ao detalhe.

“O programa permite que observemos o atleta em comparação com seus principais adversários no mundo. Que tenhamos uma curva de desempenho dele, se a temporada dele é regular ou não e, o desenvolvimento dele no decorrer dos anos. Isso nos permite saber se temos que investir naquela modalidade e em que pontos. Se a modalidade já tem a hegemonia de algum país ou de algum continente”, conta o responsável pelo setor de alto rendimento do COB, Jorge Bichara.

O software foi mostrado rapidamente pelo superintendente Marcus Vinicius Freire durante a atualização do planejamento estratégico do COB na manhã desta quarta-feira no Rio. Na apresentação foi possível ver que o COB monitora cada federação no detalhe - finanças, resultados e pode chegar ao ponto de comparar atletas individualmente. “Isso requer a participação direta das confederações e coordenadores”, disse Bichara. “Mas apesar disso temos uma preocupação grande com o sigilo desses dados”, adverte.

Jorge Bichara explica que apesar de o software ter sido desenvolvido no Brasil em parceria do COB com empresas brasileiras o mundo inteiro faz o mesmo trabalho. “Não é um trabalho único. Todo mundo se monitora. Todo está buscando onde se pode ganhar uma medalha. Se em um determinado mundial há um esporte com baixo nível, no ano seguinte vão ter vários países querendo investir ali. Se há atletas no topo que vão estar fora de competição nos próximos anos por questão de idade, há gente trabalhando para ocupar aquela vaga”, afirma.

Metas

Para bater as metas estabelecidas de conquistar entre 27 e 30 medalhas no Rio em 2016, o COB monitora atualmente 196 atletas individuais. Todos com chances reais de medalhas ou de crescimento até lá.  “Além de pensar em 2016, já se pensa em 2020, 2024, tentando chegar cada vez mais cedo ao atleta de alto nível”, afirmou o superintendente Marcus Vinicius Freire.  E para isso o COB contratou a consultora britânica Sue Campbell, responsável pelo sucesso britânico em Londres 2012, para cuidar do futuro olímpico do Brasil.

Para a responsável pelo planejamento olímpico do COB, Adriana Behar, é preciso analisar os resultados dos atletas sempre com muito cuidado. “A análise dos atletas é baseada em resultados em campeonatos mundiais ou equivalentes e rankings, avaliação por índices, marca e performance. O formato por ranking às vezes engana porque só em participar há atletas que ganham pontos e sobem bastante no ranking de algumas modalidades. E há outros que sobem duas posições no ranking com dificuldade”, amplia Bichara.

Desses 196 nomes que são analisados semanalmente, muitos podem entrar e muitos podem sair até 2016. “Depende de uma série de fatores que não apenas o esporte. Depende da questão física, se há alguma lesão, algum problema pessoal do atleta, algum problema no treinamento. Analisamos tudo”, disse Behar.