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Seleção sai do Rio sob protestos e inicia preparação em Teresópolis

Parreira minimiza dia tumultuado e diz que o povo está com os jogadores

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A apresentação dos jogadores da Seleção Brasileira na manhã desta segunda-feira (26), no Aeroporto Tom Jobim, no Rio de Janeiro, foi palco de mais uma manifestação de professores das redes municipal e estadual do Rio, que estão em greve há duas semanas.

Os jogadores que atuam no exterior começaram a chegar nas primeiras horas desta segunda-feira, e se reuniram num hotel que fica no aeroporto, de onde seguiram para a Granja Comary, em Teresópolis. Por volta das 10h, um grupo de professores se posicionou em frente ao hotel com faixas e cartazes, pedindo mais verba para a educação. Eles chegaram a cercar o ônibus onde os jogadores da Seleção estavam e interditaram uma das vias de saída do hotel. O veículo teve que fazer um desvio para seguir viagem. Nesse momento, houve uma correria e os policiais tentaram dispersar os grevistas. Ninguém ficou ferido.

Após a saída do ônibus da Seleção, os grevistas continuaram com o protesto e caminharam até o Aeroporto Internacional. "A nossa intenção é aproveitar a presença da mídia nacional e, principalmente, da internacional para também apresentar a situação dos professores do Rio", disse uma das integrantes da Comissão de Greve, Marta Moraes. Segundo ela, os professores paralisados exigem do governador Pezão e do prefeito Eduardo Paes mais investimentos para a categoria. "A gente exige mais educação para o Estado", afirmou Marta.

Marta Morais informou que os profissionais das redes públicas que estão em greve desde o dia 12 de maio vão se reunir na próxima sexta-feira (30/5), em uma assembleia que será realizada no Clube Municipal, na Tijuca, Zona Norte da cidade. No dia anterior, na quinta-feira (29), a comissão de greve deve participar de um encontro com a secretária municipal de Educação, Helena Bomeny, para debater os temas reivindicados pela classe. "O resultado dessa reunião será levado para a assembleia e ainda estamos aguardando uma posição do governo do Estado. A partir daí, vamos decidir o rumo da greve unificada.", explicou Marta.

Os grevistas revindicam o cumprimento dos acordos estabelecidos durante a última paralisação, que durou 70 dias. A categoria alega que ainda não há 1/3 de atividades extra-classe, não houve redução de 40 para 30 horas semanais, controle quantitativo dos alunos, nem revisão da matriz curricular. Além disso, eles reclamam da diferença salarial entre professores da rede municipal, que estariam recebendo entre 18 e 25 reais por hora/aula. 

"Agora é dar a vida pelo hexa", diz Fred em apresentação 

Confiante e de bom humor, o atacante Fred, do Fluminense, foi o segundo jogador da Seleção Brasileira  a se apresentar para o início dos preparativos para a Copa do Mundo, num hotel próximo ao aeroporto internacional do Galeão, no Rio de Janeiro. "A partir de agora vamos dar a vida para trazer esse hexa", afirmou o camisa 9, que chegou cerca de 45 minutos após o goleiro Jefferson, o primeiro a dar as caras neste primeiro ato oficial de reunião dos comandados de Felipão.

"A satisfação para mim é enorme como brasileiro, é algo que eu sonho desde criança e estou agora realizando", completou ainda o jogador, cercado por um batalhão de jornalistas em frente ao hotel. 

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Seleção Brasileira chega a Teresópolis com pompa de chefes de Estado

A saída da Seleção Brasileira do Rio de Janeiro até a Granja Comary, em Teresópolis, na Região Serrana, foi digna dos grandes chefes de Estado. Cercada por um aparato policial, os jogadores viajaram cheios de pompas. Desde cedo, o esquema especial já estava montado para receber os convocados pelo técnico Luiz Felipe Scolari. No fim da tarde, professores ligados ao Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (Sepe-RJ) também protestaram perto do portão principal da Granja Comary. Cerca de 50 pessoas participaram do ato pacífico.

O policiamento no local foi reforçado, mas o clima foi durante todo o tempo tranquilo. Os agentes solicitaram aos manifestantes que não bloqueassem a via principal e para que avisassem com antecedência novos atos.

Parreira minimiza protestos

O coordenador-técnico da Seleção Brasileira Carlos Alberto Parreira comandou a primeira entrevista da equipe nacional na Granja Comary, em Teresópolis, nesta segunda-feira. Ao lado do auxiliar-técnico Murtosa, o coordenador minimizou o dia tumultuado que atletas e comissão tiveram para chegar á concentração.

"Cada um pode ver da maneira que interessar. Houve na verdade um contratempo no início, 200 pessoas no máximo. Acho que o povo vai apoiar a Seleção Brasileira. Ninguém vai ficar contra a Seleção. Ao longo dos 100 km (percorridos do Rio até Teresópolis), o coronel (que escoltou o ônibus) falou que o povo aplaudia e apoiava a Seleção o tempo todo", opinou Parreira, que tenta isolar a Seleção das discussões e polêmicas em torno do Mundial 

Durante a primeira entrevista,  o coordenador mostrou o que deve ser uma constante da Seleção de Felipão e evitou dar sua opinião sobre os protestos que ocorrem - e provavelmente ocorrerão ao longo das próximas semanas - contra a Copa. Parreira já chegou a fazer críticas sobre a organização, mas agora disse que a Seleção chegou a um consenso de que é hora de falar de futebol - assim, não deu opinião sobre a guerra entre Romário e Ronaldo.

"Eu acho (a Copa) uma experiência boa para o País, uma oportunidade boa para se mostrar ao mundo. Com relação aos problemas, nós aqui chegamos ao consenso de que deve se falar só sobre a Seleção. Vamos deixar para quem entende falar desses assuntos. Dentro de campo vamos ter a melhor das Copas, estádios muito bem feitos e organizados. Então dentro do campo vamos ter uma Copa muito boa", sentenciou.