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Copa do Catar sob suspeita: FBI entra no caso para apurar compra de votos

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A escolha do Catar para sede da Copa do Mundo de 2022 virou caso de polícia. Apesar de o comitê organizador local ter afirmado que não sabe de nada relacionado ao suposto suborno pago pelo dirigente local Mohamed Bin Hammam ao ex-vice-presidente da Fifa Jack Warner para ele votar a favor do país na disputa para escolher a sede do Mundial de 2022, o FBI vai entrar no caso. 

A suspeita do FBI é de compra do voto de Jack Warner, ex-dirigente da Fifa, e também de que, com esse dinheiro, ele tenha feito com que outros membros da entidade dessem o voto para o Catar. 

O FBI quer explicações sobre alguns documentos que mostram que as empresas do ex-representante do Catar na Fifa, Mohamed Bin Hammam, teriam enviado US$ 1,2 milhão para as contas de Warner no dia 15 de dezembro de 2010. No mesmo período, foi remetido mais US$ 1 milhão para a conta do filho de Warner e empregados de suas empresas.    

"No que se refere às ilações sobre supostas negociações entre privados, não sabemos de nada", declarou um membro do órgão responsável pela competição do Catar. 

Bin Hammam foi uma das figuras mais poderosas dentro da Federação Internacional de Futebol, até ser expulso em 2012 sob a acusação de conflito de interesses.    

Segundo o jornal britânico Daily Telegraph, ele teria depositado um milhão de libras esterlinas (R$ 4 milhões) nas contas de Warner e de membros de sua família após o Catar receber o direito de sediar a Copa de 2022. Além disso, o FBI estaria investigando o caso, por suspeitas de que o dinheiro teria sido usado para comprar os votos do ex-vice-presidente da Fifa e de outros cartolas.

No dia 30 de maio de 2011, Jack Warne prometeu apresentar acusações contra o presidente da Fifa, Joseph Blatter. "Anunciei um tsunami, vocês não viram nada ainda", declarou Warner em entrevista à televisão britânica Sky Sports News. "Preciso dizer que vejo a minha suspensão como a pior forma de justiça numa organização esportiva. Minha punição foi premeditada, os membros do comitê de ética não me ouviram, apenas cumpriram ordens", acrescentou.

Warner já lançou duas "bombas". Na primeira, alegou que Blatter teria feito uma "doação" de um milhão de dólares à Concacaf. Já na segunda, publicou uma troca de e-mails com o francês Jerôme Valcke, secretário-geral da Fifa. Em uma dessas mensagens, Valcke teria escrito, a respeito do catariano Mohammed Bin Hammam, presidente da Confederação Asiática: "ele deve ter pensado que poderia comprar a Fifa da mesma forma que eles (os catarianos) compraram o mundial".

Logo em seguida, o comitê de organização da Copa do Mundo de 2022 pediu explicações "urgentes" sobre essas declarações.

Em nota enviada à imprensa o francês negou ter acusado o Catar de ter "comprado" a organização do evento. "Warner publicou um e-mail que enviei para ele. Nesta mensagem, posso ter usado um tom mais ligeiro, menos formal. Eu me referia ao poder financeiro do Qatar, e não a uma suposta compra de votos", explicou.

"Também quero dizer mais uma vez que não há nenhuma investigação aberta pelo comitê de ética da Fifa sobre a atribuição da Copa do Mundo de 2022 ao Catar", acrescentou.