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Flu e Vasco lutam contra rebaixamento após anos marcantes e semana tensa

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Em dezembro de 2012, Juvenal Juvêncio, presidente do São Paulo, fez uma profecia. Tratava-se de um churrasco com jornalistas, uma conversa informal, mas o dirigente deixou uma certeza no ar: "o futebol carioca está quebrado e isso será sentido no próximo ano". É verdade que os resultados do futebol paulista em 2013 permitem uma réplica, mas os acontecimentos da atual temporada deram razão ao que defendia Juvenal naquela ocasião.  

Na tarde deste domingo, Fluminense e Vasco entram em campo na rodada final do Campeonato Brasileiro com a corda apertada no pescoço e uma certeza: um deles será rebaixado e as chances de os dois caírem é enorme. De acordo com o site Chance de Gol, do matemático Tristão Garcia, o Flu tem 84% de possibilidades de queda e o Vasco tem 81%. Coritiba, Criciúma e Internacional são os rivais diretos da dupla. 

Campeão brasileiro de 2012, o Fluminense entra em campo como 18º colocado e a possibilidade de ser o primeiro na história do País a cair no ano seguinte ao título nacional. O adversário é o Bahia, na Arena Fonte Nova com promessa de 100% de ocupação para festejar a permanência na Série A. No mesmo horário (17h de Brasília), o Vasco vai até Joinville pegar o Atlético-PR, que luta para ir à próxima Libertadores. Há dois anos, os vascaínos venciam a Copa do Brasil e também lutavam pela Série A. 

Problemas administrativos ajudam a explicar a queda repentina de ambos os clubes, como previa Juvenal Juvêncio, e assim se deu na última semana. Em São Januário, jogadores trabalharam com salários atrasados e a diretoria tentou antecipar dinheiro da venda do meia Marlone para investidores - ele jogará no Cruzeiro em 2014. Não há confirmação de que os vencimentos tenham sido quitados e o clima dentro do elenco vascaíno é difícil, segundo relatos. 

No Fluminense, o presidente Peter Siemsen foi novamente cobrado por seu grupo político de apoio, a Flu Sócio. Na quinta-feira, uma reunião entre Peter e os principais dirigentes da chapa teve tom de ultimato para o mandatário que, há duas semanas, foi reeleito para o próximo triênio. 

Mesmo em momento de turbulência na luta contra a Série B, Peter Siemsen ouviu que a Flu Sócio espera mais autonomia no comando do clube neste segundo mandato. Os principais questionamentos envolvem a Unimed, patrocinadora. O grupo político pede que Peter escolha o próximo vice-presidente de futebol e que Rodrigo Caetano, diretor executivo contratado pela parceira, seja dispensado. 

Sem Fred, desfalque por lesão durante boa parte do Campeonato Brasileiro, os jogadores do Fluminense receberam um estímulo do próprio Peter no início da semana: R$ 1 milhão como premiação em caso de salvação, o que passa por uma vitória em Salvador e obrigatoriamente um tropeço do Coritiba (empate ou derrota) diante do São Paulo no Morumbi. 

O Vasco tem situação financeira mais delicada e tem adversário com mais ambição em campo, porém vive um momento técnico melhor. Sob o comando de Adílson Batista, melhorou seu aproveitamento e vem de vitórias sobre Cruzeiro e Náutico. Precisará vencer o Atlético-PR e torcer por tropeço do Coritiba ou derrotas do Criciúma ou Internacional. 

Em comum entre as duas equipes do Rio, a participação de um treinador. Dorival Júnior iniciou 2013 pelo Flamengo, mas assumiu o Vasco na 7ª rodada e foi demitido na 31ª com o rebaixamento no retrovisor. Ainda assim, Dorival topou pegar o Fluminense para os cinco jogos finais e está próximo de cair na Série A. Por dois times, eventualmente.