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Governo estadual ouve clubes sobre consórcio do Maracanã

Lazaroni diz que não sabe sobre futuro da concessão. Fla reclama dos altos preços

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O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e o secretário estadual de Esportes, André Lazaroni, se reuniram na tarde desta segunda-feira (2) com os presidentes dos quatro grandes clubes do Rio e resolveram que irão conversar com o consórcio Maracanã S.A. para debater a melhor forma de gestão do estádio, que seja vantajosa para todos. Cada dirigente foi recebido pelo governo estadual separadamente para que cada clube colocasse seus interesses individuais. Após a desistência de Cabral de demolir os equipamentos esportivos e educacionais do complexo, a posição do governo sobre o futuro do consórcio ainda não foi definida.

Ao final de todas as reuniões, que duraram mais de três horas, o secretário de Esportes, André Lazaroni, falou com os jornalistas e afirmou que em nenhum momento foi cogitada a criação de um novo consórcio, formado pelos clubes, para gerir o Maracanã: “Foi uma reunião para ouvir o que os clubes têm a dizer e nenhum deles se mostrou contrário à iniciativa privada. O Flamengo reclamou dos altos custos para se jogar no estádio e, a pedido do presidente do clube, o governador ligou para o presidente do consórcio e solicitou que as duas partes sentem para se chegar a um acordo comum. Já o Fluminense se disse satisfeito com o modelo de gestão. O Botafogo também não reclamou. E o Vasco esperar uma melhor relação com o consórcio para depois fazer um acordo”.

Segundo Lazaroni, a hipótese de a Suderj, antiga administradora do Maracanã, voltar a gerir o estádio “é remotíssima”. Sobre a resposta do governo estadual para o futuro do consórcio, o secretário de Esportes se esquivou e afirmou que não sabe nada sobre o assunto: “Essa questão é com a Casa Civil. Só o [secretário] Régis Fichtner está habilitado para falar sobre isso”.

A dúvida sobre o futuro do consórcio existe pois o governador Sérgio Cabral desistiu de demolir o Estádio de Atletismo Célio de Barros, o Parque Aquático Júlio Delamare e a Escola Municipal Friedenreich, o que inviabilizou o projeto previsto no contrato ainda vigente.

Depois de terminada as respectivas reuniões com o governo estadual, os presidentes de Flamengo e Fluminense também falaram com a imprensa.

Otimista em relação a um acordo positivo, o presidente rubro-negro, Eduardo Bandeira de Mello, afirmou que a reunião com o governador e o secretário de Esportes “foi ótima”: “O governador se mostrou disposto a também conversar com o consórcio para que possamos chegar a um acordo provisório até o final do ano, que dê condições para em 2014 firmarmos um acordo a longo prazo”.

O presidente do Flamengo disse ainda ter certeza que o consórcio terá boa vontade para firmar um novo acordo. “Precisamos de algo que atenda as duas partes, mas que seja capaz de manter a sobrevivência do clube. Não há impasse, pois o presidente do consórcio João Borba se manifestou que quer um acordo com o Flamengo, o que precisa é detalhar as coisas melhor”, ressaltou.

Já o mandatário do Fluminense, Peter Siemsen, afirmou que “a gestão privada é o que o clube sempre quis”, no entanto, apontou dois problemas: “Primeiro é a questão dos “smartcards”, que são os cartões de associados que já adquiriram ingressos com antecedência. A catraca da Fifa não faz a leitura correta do cartão, mas estamos buscando a solução. Outra questão é a área de estacionamento que não atende à demanda. Existem outras áreas no entorno, que não são o Célio de Barros nem o Júlio Delamare e que poderiam atender a demanda dos jogos”.

Enquanto os presidentes se reuniam com o governo no interior do Palácio Guanabara, cinco torcedores que integram a Frente Nacional de Torcedores estendiam uma faixa escrita “O Maraca é nosso”.

*Do Programa de Estágio do Jornal do Brasil