O grupo da Frente Nacional de Torcedores, que na última sexta-feira já havia aparecido na Gávea durante o treino da Seleção, voltou a protestar contra o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, na noite deste sábado, desta vez em frente ao Hotel Sheraton Rio, concentração do Brasil na cidade.
Com um megafone no auxílio, o grupo, desta vez com seis membros, repetiram coros dos quais se destacaram "Marin Torturador", "Marin fora da CBF" e "Sai, sai, canalha! Nós vamos tirar o Zé da Medalha!". Seguranças do hotel Sheraton afastaram o grupo da entrada do hotel e eles continuaram o protesto ao lado das Neymarzetes de plantão, que perguntaram quem é Marin. O grupo prometeu presença no amistoso de domingo contra a Inglaterra, às 16h (de Brasília), no Maracanã.
A referência "torturador" a Marin tem como pano de fundo um discurso realizado em 1972 que, segundo os acusadores, teria influenciado na tortura seguida de morte do jornalista Vladimir Herzog. O presidente da CBF diz que o discurso é mal interpretado até hoje e não está relacionado com a ocorrência. Nele, ele incentivava os órgãos do Governo brasileiro, na época sob Regime Militar, a tomar medidas na TV Cultura, onde Vladimir trabalhava.
José Maria Marin assumiu a CBF em março de 2012 como substituto de Ricardo Teixeira, que deixou a entidade em meio a acusações como a de ter participado de um esquema de propina com a ISL. O caso foi investigado em segredo de justiça pela Fifa. Porém, desde que assumiu a CBF, Marin tem convivido com polêmicas principalmente por episódios passados. Em outro caso emblemático, o presidente foi flagrado embolsando uma medalha de um corintiano campeão da Copa de São Juniores de 2012.