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COB quer preparar atletas para a aposentadoria desde início da carreira

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Atletas novatos e no auge da carreira também receberão direcionamento do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) para se prepararem e serem capacitados a exercer outras atividades quando pararem de competir. O Programa de Apoio ao Atleta (PAA) será estendido a jovens talentos até 2015, segundo a diretora do Instituto Olímpico Brasileiro (IOB), Soraya Carvalho.

A segunda turma do programa foi apresentada nesta quinta-feira, na sede do COB. Serão oito alunos, entre atletas que estão prestes a parar e recém-aposentados, como o ala Marcelinho Machado, do basquete, a nadadora Fabíola Molina e Pedro Cunha, do vôlei de praia.

Durante um ano, eles terão orientação pedagógica, acesso a seminários e palestras e ganharão bolsas de estudo para que se capacitem a uma nova carreira, seja ligada ao esporte ou não. Ao final do curso, poderão ser indicados a empresas parceiras do COB, e terão apoio na inserção do mercado de trabalho.

“O programa tem o objetivo de atingir atletas jovens talentosos, de alto rendimento e que estão em transição para encerrar a carreira. Queremos  abrir, no médio prazo, para os atletas mais jovens, com trabalhos junto aos familiares. Atendendo a esses, com o tempo, eliminaríamos a demanda dos que estão para se aposentar. Eles já chegarão na fase final de carreira mais preparados”, afirmou Soraya, que é ex-ginasta.

“A ideia é atender o atleta cada vez mais cedo. Que ele pense desde sempre no que poderá fazer depois. A carreira é limitada, e muitas vezes, curta”, completou o superintendente de Esportes do COB, Marcus Vinicius Freire.

A primeira turma foi formada no ano passado, e contou com nomes como a ginasta Daiane do Santos, o jogador de vôlei de praia, Emanuel, e a ex-jogadora de vôlei de praia, Adriana Behar. Daiane relatou sua experiência aos novatos, e ressaltou ter obtido um bom direcionamento no curso.

“Já vinha pensando nisso desde a Olimpíada de Pequim, pois sabia que pararia em Londres. Temos que ter a consciência de que a carreira não é eterna, e temos que saber que rumo tomar depois”, comentou.

O COB selecionou os atletas mediante alguns critérios, como participação em, pelo menos, uma competição do porte de um Pan Americano, ter de seis a dez anos de participações na seleção, e no caso dessas primeiras turmas, que o postulante esteja em fim de carreira, ou que já tenha parado.

Marcelinho Machado, que ainda joga basquete pelo Flamengo, destacou a importância de o programa auxiliar na definição de um caminho após o fim da carreira. Ele tem contrato com o rubro-negro até 2015, e deixou aberta a possibilidade de estendê-lo. Ele indicou que não pretende seguir carreira como técnico ou algo semelhante dentro das quadras.

“Não me vejo seguindo ali dentro, mantendo aquela rotina. Acho que há mais chances de eu trabalhar em algo ligado a esporte, mas fora das quadras”, observou.

A nadadora Fabíola Molina informou que vai encerrar a carreira este ano, e ainda não decidiu qual caminho de seguir. Formada em artes cênicas nos Estados Unidos, ela tem uma grife que vende sungas, maiôs e acessórios ligados à natação. Segundo a atleta, essa experiência já garante a ela uma certa experiência em administração. Molina também disse que não se vê como treinadora, após o término da carreira.

“Tenho várias ideias do que posso fazer, mas nada definido. Quero descobrir isso aqui no programa. Me vejo como administradora e trabalhando na área esportiva”, afirmou a atleta, que compete há 28 anos, dos quais 21 na seleção brasileira.