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Alpinistas fazem última simulação com lona que cobrirá Maracanã

Serão 68 m para cobrir cerca de 75 mil assentos do estádio

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Após um rápido aquecimento, sob a orientação de instrutores, cerca de 10 experientes alpinistas entraram em ação na manhã desta quinta-feira (08), no último treinamento para ajudar a instalar a cobertura do Maracanã. Com 68 m de comprimento, a lona de teflon e fibra de vidro vai cobrir aproximadamente 75 mil dos 78 mil assentos do estádio. O treino seguiu conforme o previsto, sem incidentes.

Para Ícaro Moreno, presidente da Emop, é um desafio à engenharia brasileira o domínio da tecnologia de instalação de cobertura de lona tensionada em estádios de futebol.

"É algo inédito no país. As peças são importadas e o método de montagem é alemão. Tivemos de agregar tudo isso, com a assistência de engenheiros alemães, evidentemente. Mas, sem dúvida, é uma grande aula de engenharia para nós, engenheiros brasileiros. Inclusive, estudantes de Faculdades de Engenharia vão vir no fim deste mês aqui para conhecer de perto esta tecnologia", explicou Moreno.

Nos próximos dias, a estrutura metálica começa a ser içada, processo que deverá ser concluído em cerca de 20 dias. Desta vez, a equipe será ampliada para 25 alpinistas, especialmente treinados para ajudar no ajuste das peças dos cabos de aço nos pontos mais altos e críticos da estrutura metálica e na colocação da lona de teflon e fibra de vidro. A operação incluirá guindastes. Do total de alpinistas profissionais, 17 são operários - entre caldeireiros, montadores, mecânicos e pintores - capacitados especialmente para a função. Os demais já eram especialistas.

Os alpinistas se dividem em três níveis: o 1 executa os serviços, o 2 fiscaliza as atividades e faz os relatórios das atuações de cada um e o 3 é exercido por um supervisor de acesso por cordas. 

O diretor do consórcio executor da reforma, Claudio Casares, explicou que a decisão de usar alpinistas profissionais na montagem da cobertura levou em conta a complexidade operacional no Maracanã.

"Durante o planejamento da obra vislumbramos a necessidade de ter este tipo de mão de obra especializada, devido à impossibilidade de ter dois guindastes ocupando o mesmo espaço. Por isso, contratamos profissionais experientes no mercado, mas, em razão da necessidade de um número maior desses especialistas, decidimos qualificar operários da própria obra que se adequassem ao tipo de serviço, fizemos uma seleção  e formamos 17 pessoas que poderão exercer esta profissão pelo resto da vida - afirmou Casares.

Reforma

A reforma do Maracanã já chegou a 75% de obras concluídas. A informação, divulgada pelo vice-governador e coordenador de Infraestrutura, Luiz Fernando Pezão, nesta quinta-feira (08), em São Paulo, durante evento da Fifa e do Comitê Organizador Local (COL), no Museu do Futebol, confirmou o estádio como uma das seis sedes da Copa das Confederações. O índice também foi destacado pelo presidente da Empresa de Obras Públicas (Emop), órgão da Secretaria estadual de Obras, Ícaro Moreno Júnior, no Maracanã, ao fim do último treinamento dos alpinistas.

"Nesses últimos três meses e 20 dias, vamos trabalhar em ritmo ainda mais intenso para cumprir esses últimos 25% das obras. Teremos de executar algo em torno de 6% a 7% por mês e vamos fazer. Nesta etapa, sem dúvida alguma, nosso maior desafio será o içamento e montagem da nova cobertura - afirmou Ícaro Moreno.

Pezão garantiu que o governo do estado está empenhado em cumprir todos os requisitos para tornar o Maracanã numa arena moderna, segura e confortável, de acordo com o padrão exigido pela Fifa.

"Além de atender às exigências da Fifa para a Copa do Mundo, a reforma vai adequar o estádio às normas do Comitê Olímpico Internacional (COI), para receber abertura e encerramento e competições das Olimpíadas de 2016. Tenho certeza de que o Maracanã será um dos estádios mais modernos e confortáveis do mundo", aposta Pezão.