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Ronaldo é anunciado como membro do Comitê da Copa, e lê suas atribuições

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O ex-jogador Ronaldo se mostrou pouco à vontade na primeira entrevista coletiva já como membro do Conselho Admiinstrativo do Comitê Organizador Local (COL) para a Copa do Mundo 2014. Precedido pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira, que fez a apresentação, o Fenômeno precisou ler para a imprensa, em voz alta, o conteúdo de seu contrato para tentar esclarecer quais seriam suas funções no órgão. Já Teixeira justificou a escolha, dizendo que Ronaldo "é a voz perfeita para a organização da Copa de 2014": 

"Conheço Ronaldo desde quando ele era garoto, e acompanhei sua trajetória até o Penta. É um símbolo do nosso país e encantou várias gerações", disse o dirigente da CBF.

Uma Copa do povo

Ronaldo assumiu o posto de membro do COL afirmando que sua missão é aproximar o povo brasileiro da organização da Copa de 2014. 

"Para mim, é uma honra enfrentar esse desafio de devolver o orgulho ao povo brasileiro. Temos vivido um momento de muitas incertezas e desconfianças, com notícias distorcidas e informações falsas. Esse é o momento ideal de aproximar todas as partes envolvidas nesse processo", contou o craque. 

Ao falar de sua reação ao receber o convite de Ricardo Teixeira, Ronaldo admitiu que teve medo de manchar sua imagem ao assumir o posto:

"A primeira coisa que eu pensei foi: por que eu aceitaria o cargo? Pensei bastante e vi que não ganharia nada com isso, e teria muito a perder", afirmou. "Poderia jogar toda uma história de sucesso pela janela. Sabia que iria ser alvo de críticas e desconfianças, mas decidi enfrentar esse desafio. O Comitê tem uma organização fantástica e espero chegar no final da competição e ver que foi a maior Copa dos últimos tempos. Quero sentir que fui parte importante desse evento".

Questionado sobre suas verdadeiras funções no Conselho, Ronaldo teve de pegar uma cópia de seu contrato para ler, em voz alta, as atribuições do cargo. O craque enumerou diversas funções administrativas, como "estabelecer política e orientação de planos de negócios, fiscalização de orçamento, contratação de auditorias externas e reuniões com sócios". Mas,  no final, voltou a afirmar que seu maior compromisso é orgulhar o povo brasileiro. 

"Minha geração nunca viu uma Copa no Brasil, e pouca gente que viu a Copa de 1950 está viva. Temos que nos orgulhar de receber uma competição desse porte no nosso país", disse. 

O atleta também foi questionado se estaria preparado para assumir um cargo administrativo. 

"Não sou nenhum economista e nunca fui executivo, mas sempre administrei meu próprio dinheiro. Sempre contratei pessoas competentes pra me auxiliar, e o Comitê já tem profissionais muito competentes", respondeu.

Tráfico de influência, conflito de interesses e transparência

Para compor o COL, Ronaldo não pedirá licença da 9ine, sua empresa de marketing esportivo, o que gera desconfianças. O fato de Andrés Sanchez ser o novo diretor de Seleções da CBF e de Mano Menezes ser o técnico da Seleção Brasileira também gera críticas relacionadas à uma suposta "máfia" que estaria se formando entre CBF e Corinthians. Para afastar polêmicas, Ronaldo destacou que chegou a abrir mão da remuneração que ganharia no COL. 

O ex-jogador também defende a transparência nos processos de organização do evento esportivo. 

"Essa Copa não é da Fifa, não é do Comitê, não é da CBF. Essa Copa é do povo. O povo tem que sentir orgulho e participar desse evento. Todos os investimentos estão sendo feitos, e vamos acompanhar de perto todo esse processo, fiscalizando, e desde já, eu garanto que tudo vai acontecer de acordo com o cronograma", disse. 

"Não há crise"

O Fenômeno afirmou ainda que esteve em Brasília para um evento de um patrocinador, e se reuniu com o ministro do Esporte, Aldo Rebello. 

"Não há crise. O que existe é muita desinformação e picuinhas. Estive em Brasília e pedi para o ministro botar todas as informações a disposição do Comitê. Ele apresentou um relatório com o andamento de todas as obras e reafirmou que o cronograma está sendo respeitado e seguido normalmente. Temos o apoio do Governo Federal, dos governos estaduais e das prefeituras. Vamos trabalhar para aproximar todas as partes e unir forças, inclusive com a Fifa", contou.

300 mil ingressos populares

Sendo um Copa para o povo brasileiro, Ronaldo foi questionado sobre os preços dos ingressos e respondeu que o Comitê promete 300 mil ingressos a preços mais acessíveis. Ainda há negociações sobre cotas para estudantes.