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Depois do tri na São Silvestre, Marílson quer o índice para Londres

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São Paulo - A Maratona de Londres, em abril, será o próximo compromisso importante de Marílson Gomes dos Santos. Ele quer fechar 2011 com o índice olímpico para a maratona e assegurar presença nos Jogos de Londres em 2012. E quer o seu recorde pessoal para os 42 km e 195 m - seu melhor tempo é 2h08min46, feito em Londres. Antes disso, espera o nascimento de Miguel, para fevereiro, seu primeiro filho com Juliana, recordista brasileira dos 1,5 km. Neste primeiro dia do ano (1º), o casal ainda relembrava os momentos da vitória de Marílson Gomes dos Santos nos 15 km da São Silvestre (44min04s), no último dia de 2010. 

Marílson acordou em 2011 como o único brasileiro tricampeão da tradicional Corrida de São Silvestre, desde que a prova tornou-se internacional, em 1945. Marílson passou o Revéillon num hotel, em São Paulo, em companhia dos atletas que correram a São Silvestre. Disse que só esperou passar a meia-noite para ir descansar. "Meia-noite e um eu já estava no quarto", comentou. Mas a mulher Juliana contou que ele ainda demorou um pouco para cair no sono - aproveitou para ver a reprise da prova na TV.

"Eu não fiquei com a musculatura tão dolorida, um bom sinal, de que estava preparado e a recuperação vai ser boa", comentou. Ele acrescentou que não correu pensando em ser o único tricampeão do Brasil na prova, mas em ganhar. "Me tornei o primeiro brasileiro a vencer três vezes, superando o José João, que tinha duas vitórias e foi um grande corredor dessa prova. Estou muito contente com isso e acho que ele também." 

Campeão em 2003 e 2005, Marílson ficou quatro anos sem correr a prova. Já tinha até esquecido o quanto era difícil o percurso - "não me lembrava que era tão dura a subida da Brigadeiro", observou - e acha que sua tranquilidade o ajudou a enfrentar a grande pressão que é ser um brasileiro favorito na prova. "Bate o nervosismo, a ansiedade, principalmente porque você come e dorme São Silvestre. Esse é o único assunto onde quer que você vá. Esse ano, depois de afastado quatro anos, eu era favorito, era grande a pressão. Não é qualquer atleta que consegue superar a pressão."

Além de ser tranquilo disse que ajuda ter uma estrutura de apoio. "O segredo é treino, foco, disciplina, ter um técnico (Adauto Domingues) competente, estar 20 anos com ele, e ter a estrutura do Clube BM&FBOVESPA, com fisioterapeuta, nutricionista, médico e os patrocínios da Nike, Pão de Açúcar e Prefeitura de São Caetano."

Marílson não conseguiu definir em qual das três vitórias da São Silvestre sentiu maior emoção. "Na primeira vez, em 2003, foi emocionante após dois quarto lugares e dois segundos. Em 2005, foi a consagração, o gostinho especial de poder repetir a vitória. Em 2010, por me tornar tricampeão."

Planos para 2011

Antes de focar na temporada o maratonista, vai esperar com Juliana o nascimento de Miguel. "É um momento ímpar na vida, a chegada do nosso primeiro filho. Somos marinheiros de primeira viagem e acho que vamos aproveitar o descanso da São Silvestre para fazer curso de gestante."

"Quero melhorar minha marca em maratonas no primeiro semestre", afirmou Marílson. O fundista ainda quer o índice olímpico em 2011 e correr uma maratona bem rápida, batendo o seu recorde pessoal. "Se ele correr uma maratona rápida em Londres, para 2h06min, tem chance de fazer a maratona no Mundial de Daegu. Se não, vamos planejar uma maratona rápida para o segundo semestre, Berlim ou Amsterdã seriam boas opções", afirmou o técnico Adauto Domingues, observando que no Pan-Americano de Guadalaja Marílson deverá correr os 10 km em pista.

De qualquer forma, o segundo semestre será definido após a Maratona de Londres. Marílson vai correr uma Meia-Maratona, provavelmente a de Nova York, em março (Lisboa também é uma opção), além de algumas provas de 12 km na Copa Brasil de Cross Country preparatórias à Maratona de Londres, em abril. "Nesse tipo de prova consigo fazer avaliações", observa Adauto.