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maracanãzinho inaugura Calçada da Fama

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JB Online

RIO - O Ginásio Gilberto Cardoso, o Maracanãzinho, inaugura neste sábado, dia 18, a sua Calçada da Fama. A exemplo do Maracanã, que reúne marcas de pés e mãos de importantes jogadores de futebol, a Calçada da Fama do Maracanãzinho fará homenagens a atletas que passaram pelo ginásio, em diversas modalidades esportivas.

O local será aberto com as marcas das mãos dos 12 jogadores da Seleção Masculina de Vôlei, campeã pan-americana, e do técnico Bernardinho e, também, do melhor jogador do mundo de futsal, o craque Falcão. E tanto no sábado, quanto no domingo, outros atletas, com histórias no ginásio, passarão a integrar este novo hall da fama. As homenagens serão feitas após os jogos das finais da Superliga.

O vôlei será o destaque do sábado. A jogadora Fabi, campeã olímpica, eleita a melhor líbero dos Jogos de Pequim e tricampeã da Superliga pelo Rexona/Ades, do Rio de Janeiro, e o ex-jogador Bernard Rajzman, vice-campeão do mundo em 82 e medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Los Angeles (1984) e que se notabilizou pelo saque ?Jornada nas Estrelas?, serão os homenageados.

No domingo, quem entrará para a Calçada da Fama será o basquete, pelas mãos de Amaury, bicampeão mundial (1959 e 1963); medalha de bronze nas Olimpíadas de Roma (1960) e de Tóquio (1964); e tetracampeão sul-americano (1958, 1960, 1961 e 1962); e Wlamir Marques, bicampeão mundial (1959 e 63), medalha de bronze nas Olimpíadas de Roma (1960) e de Tóquio (1964), medalha de bronze nos Pan-americanos da Cidade do México (1955) e de Chicago (1959), e medalha de prata no de São Paulo (1963). ?Fui o primeiro jogador a colocar a mão numa bola de basquete, no Maracanãzinho, em jogos oficiais?, garante Amaury. ?Foi no jogo contra Filipinas, no Mundial de 1954. Era eu quem pulava para disputar a bola no meio da quadra e levei a melhor?, conta orgulhoso.

?Vamos seguir a linha de sucesso da Calçada da Fama do Maracanã e homenagear estes atletas, das mais diversas modalidades, que fizeram história no ginásio?, diz a Secretária de Turismo, Esporte e Lazer, Marcia Lins. ?O Maracanãzinho cresceu sendo a casa do basquete, tornou-se a casa do vôlei, como neste fim de semana, e ano passado foi a casa do futsal. Em julho, será a casa do judô, quando vamos receber o Grand Slam de Judô. E então teremos um judoca neste hall. E assim será: sempre que tivermos um grande evento aqui, um representante ficará notabilizado neste novo espaço?, completa.

O ginásio - O Maracanãzinho foi inaugurado em 1954, no Complexo do Maracanã, com capacidade de acomodar 13.613 pessoas e uma quadra multiuso para vôlei, basquete, handebol e futsal. Em homenagem ao ex-presidente do Clube de Regatas do Flamengo, recebeu o nome de Gilberto Cardoso, que morreu após assistir a uma emocionante final de basquete em que seu clube foi campeão no ginásio.

Nas décadas de 60 e 70, o ginásio foi palco de grandes shows musicais, com destaque para o Festival Internacional da Canção, de 1966 a 1972, quando surgiram cantores como Chico Buarque, Tom Jobim, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Geraldo Vandré e Gilberto Gil, entre outros.

Atualmente, o ginásio ocupa uma área de 11.198m², com capacidade para 11.800 pessoas, já que foram instaladas cadeiras nas arquibancadas. O placar, importado da China, possui quatro lados, possibilitando uma visão de 360°. O ar condicionado central tem capacidade para 1.750 toneladas de refrigeração. Ainda assim, o ginásio tem iluminação e ventilação natural, proporcionadas pela cúpula em aço e policarbonato instalada no teto.

Bernard Rajzman ? Carioca de 1,87m, Bernard iniciou sua carreira aos 13 anos no Fluminense. Aos 16 anos, o jogador recebeu sua primeira convocação para a seleção brasileira, onde ficou por mais de uma década. Juntamente com Willian, Montanaro, Bernardinho, Xandó, Renan, Amauri, Badalhoca e Domingos Maracanã, entre outros, integrou a "geração de prata" do vôlei nacional. Com este grupo, o vôlei se popularizou no "país do futebol". O vice-campeonato mundial em 1982 e a prata nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1984, foram conquistas inéditas até então. Bernard entrou para a história com o saque batizado de "Jornada nas Estrelas". Em uma partida amistosa contra a União Soviética, uma espécie de revanche da final do Mundial de 82, realizada em 83, numa quadra improvisada no estádio do Maracanã, o jogador utilizou o saque em 12 oportunidades, com apenas três erros. Atualmente, Bernard participa da política e é presidente da Comissão de Atletas do COB.

Fabiana Alvim de Oliveira - A carioca Fabi começou a jogar vôlei aos 13 anos em uma escolinha em Irajá, bairro do Rio de Janeiro. Apenas um ano depois, ela já estava na equipe mirim do Flamengo, atuando na função de atacante. Mas como é baixinha, com 1,69 m, a jogadora acabou se especializando em defesa. Assim, não foi difícil abraçar a posição de líbero, criada na modalidade em 1998. Depois de jogar pelo Macaé, Flamengo e Vasco, foi convocada pela primeira vez para a Seleção em 2002 e, no Mundial daquele ano foi eleita a segunda melhor defensora e receptora do torneio. Campeã do Grand Prix em 2005, Fabi foi convocada, em 2006, para jogar no Mundial no Japão. A atleta, chamada de Fabizinha pelas amigas da seleção, teve um bom desempenho, sendo uma das responsáveis pela conquista da medalha de prata pelo Brasil. Na Olimpíada de Pequim, em 2008, foi eleita a melhor líbero da competição. Há três anos ela joga pelo Rexona-Ades, sob o comando por Bernardinho, e conquistou as últimas três edições da Superliga.

Amaury Antonio Pasos ? O paulista Amaury coleciona títulos pela Seleção Brasileira de Basquete, incluindo dois campeonatos mundiais, em 1959 e em 1963, este último no Maracanãzinho. É considerado um dos jogadores mais completos que o esporte já teve. Em 1959, campeão do mundo em Santiago, no Chile, recebeu o título de jogador mais completo do torneio. Voltou de duas Olimpíadas com o bronze - Roma (1960) e Tóquio (1964) - além de trazer na bagagem mais uma trinca de ouros sul-americanos (1960, 1961 e 1963) e vários títulos regionais. Também cravou sua marca nos Jogos Pan-Americanos de 1955 (bronze, na Cidade do México) e de 1963 (prata, em São Paulo). Ainda tem espaço na memória para guardar o primeiro lugar no sul-americano de natação, antes de mudar de esporte. Começou como pivô na Seleção Brasileira aos 18 anos, revelado pelo técnico Kanela. Depois passou a atuar como ala, pois a média de altura aumentou quando Amaury já havia parado de crescer. Migrou lentamente para a posição de armador e nela encerrou sua carreira de 16 anos com a Seleção.

Wlamir Marques ? Conhecido como o Diabo Loiro, Wlamir Marques é outro colecionador de títulos pela Seleção Brasileira de Basquete. Bicampeão mundial (1959 e 63), medalha de bronze nas Olimpíadas de Roma (1960) e de Tóquio (1964), medalha de bronze nos Pan-americanos da Cidade do México (1955) e de Chicago (1959), e medalha de prata no de São Paulo (1963), esteve ainda em outros dois Jogos Olímpicos: em Melbourne (1956) e no México (1968). Foi no XV de Piracicaba, em 1953, que começou a aprimorar seu jogo e conquistou uma vaga na seleção adulta que disputou o Mundial do ano seguinte. Aos 25 anos de idade trocou de time, mas manteve as cores. Em 1962, passou a defender o Corinthians por dez anos, com o qual foi octacampeão paulista. Com o elenco do Parque São Jorge, jogou contra o Real Madrid e venceu por 118 a 109. O amistoso entrou para a história do basquete. O Diabo Loiro, mesmo com o olho inchado por causa de uma pancada no dia anterior à partida, anotou 54 pontos.