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Dilma ataca aeroporto em fazenda; tucano ganha apoio da família de Campos

Petista citou denúncia envolvendo família de Aécio. Adversário se aproxima de Marina

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Os candidatos à Presidência da República, Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), fizeram campanha neste sábado (11), visando o segundo turno das eleições. Dilma esteve em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, onde citou as denúncias da construção de um aeroporto com dinheiro público em fazenda da família de Aécio Neves, em Minas Gerais.Já Aécio apresentou, no Recife, uma carta com compromissos para a área social. Entre as promessas está a adoção de uma política ambiental sustentável, a priorização do ensino integral no país e o reajuste da tabela do SUS, além do compromisso de que irá trabalhar para que o Congresso Nacional aprove o fim da reeleição para cargos executivos. Ele também ganhou o apoio formal da família do ex-governador Eduardo Campos, candidato à Presidência morto durante a campanha, e que tinha Marina Silva como sua vice.

Dilma Rousseff

"Eu não faço mau uso do dinheiro público. Eu jamais desapropriei um pedaço da fazenda de algum familiar meu. Jamais construí um aeroporto nessa fazenda e jamais peguei a chave desse aeroporto e entreguei pra ser gerido por um familiar meu", disse Dilma. "Não é só uma questão de ser legal ou ilegal, mas não é moral", completou.

“Gostaria muito que alguém confrontasse um retrospecto da vida”, disse a presidente a jornalistas em Minas Gerais, onde foi a candidata presidencial mais votada e viu o candidato do PT ao governo estadual ser eleito em primeiro turno.

A petista também insinuou que Aécio não pode criticar o aparelhamento da máquina pública, por ter sido nomeado vice-presidente da Caixa Econômica Federal aos 25 anos, no governo de José Sarney.

"Tenho uma prática de uso absolutamente correto dos recursos públicos. E quem me conhece sabe que é assim. A regra é essa", afirmou, para acrescentar: "Eu nunca virei vice-presidente da Caixa Econômica aos 25 anos de idade. Todos os cargos que tive foram pelos meus méritos e não por indicação de ninguém."

No governo Sarney, Aécio ocupou a diretoria de loterias da Caixa Econômica Federal, nos anos 1980.

A candidata do PT também criticou o vazamento "seletivo" dos depoimentos do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e do doleiro Alberto Yousseff. "Vazamentos seletivos durante campanha eleitoral têm uma característica eleitoreira", afirmou. 

"Quero saber todos os envolvidos e não quero vazamentos seletivos. Vazamentos seletivos durante campanha eleitoral têm uma característica eleitoreira", acrescentando que não é a Polícia Federal que faz vazamentos do caso. "Acho que é claro que não foi a Polícia Federal que está fazendo vazamentos. Inclusive queria dizer até o seguinte: tem que ter muito cuidado com alguns vazamentos, porque, dependendo de como você o faça, você compromete as provas, e, portanto, a punição."

"Se é verdade que o Ministério Público, no uso de suas atribuições legais, recorreu à delação premiada, se é verdade que a delação premiada foi assinada, ela só vai ser assinada e reconhecida se as pessoas que denunciam mostrarem provas. Então a deleção premiada tem provas, que é crucial para qualquer investigação", declarou.

Dilma destacou que pediu informações sobre as investigações à Justiça e ao Ministério Público, mas teve o pedido negado devido ao sigilo. “Não posso condenar ninguém sem provas. Não farei. Não tomarei esse tipo de medida demagógica pré-eleitoral. Demito quem tem culpa, não posso demitir quem não tem. Acho que qualquer denúncia tem de ser apurada, doa a quem doer. Apure-se tudo e sempre. Ninguém está livre de ser investigado, ao contrário do que acontecia ontem quando se engavetava ou não se investigava", afirmou a presidente.

Aécio Neves

O candidato do PSDB ganhou neste sábado o apoio formal da família de Eduardo Campos, morto no dia 13 de agosto, num desastre aéreo. Ele conquistou ainda adesões do governador eleito Paulo Câmara, do prefeito Geraldo Júlio e do senador eleito Fernando Bezerra Coelho, todos do PSB.

“Eu me sinto, a partir deste instante, responsável dentre tantas expectativas que a mudança gera na sociedade brasileira, para levar a cada canto deste país, no limite das minhas forças, o legado e os sonhos de Eduardo Campos, governador dos pernambucanos e símbolo da boa política”, disse Aécio.

O tucano apresentou ainda uma carta com compromissos para a área social. Em meio à divulgação, Aécio não afirmou que os compromissos que ele estava apresentando seriam uma resposta às reivindicações da candidata do PSB, que saiu derrotada da corrida presidencial. Contudo, o candidato afirmou que parte das propostas foram inspiradas nas sugestões divulgadas pela Rede Sustentabilidade, de Marina. A ex-senadora impôs condições para dar seu apoio no segundo turno ao tucano.

"Que as contribuições que eu recebo e projetos, em especial os do PSB, possam passar a caminhar conosco a partir de agora como se nossos compromissos fossem. Passo nesse instante a ler o documento que busca inspiração inclusive em propostas discutidas e divulgadas pela Rede, da candidata Marina", disse Aécio.

O comitê de Aécio também divulgou nota a respeito das declarações de Dilma sobre sua nomeação para a Caixa Econômica Federal:

COLIGAÇÃO MUDA BRASIL

Nota oficial

A candidata Dilma Rousseff deveria respeitar mais a inteligência dos brasileiros e o nível da campanha eleitoral.

Sem conseguir explicar porque nomeou e manteve Paulo Roberto Costa e outros diretores suspeitos na Petrobras, tenta atacar os adversários com denúncias infundadas, de 30 anos atrás.

O senador Aécio Neves foi nomeado para a diretoria da Caixa Econômica em 1985, de maneira transparente para todo o pais. Desempenhou o cargo por cerca de um ano com a mesma competência e integridade que marcaram sua passagem por outros cargos públicos. Ao contrário dos indicados no governo Dilma.

E, ao contrário da candidata, que fez toda a sua vida através da ocupação de cargos por indicação política, o senador possui 30 anos de atividades exercidas sempre por delegação do povo.