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Garotinho oficializa apoio a Crivella para disputa pelo governo do Rio

Candidato do PRB ressaltou que não conseguiria vencer 2° turno das eleições sozinho

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O ex-governador Anthony Garotinho (PR), que ficou fora da disputa no segundo turno pelo governo do Rio de Janeiro, anunciou seu apoio ao candidato do PRB, Marcelo Crivella, em encontro com ele na sua casa em Campos, Norte Fluminense, na manhã desta terça-feira (7). A reunião foi realizada a portas fechadas, durante pouco mais de uma hora. 

De acordo com presentes na ocasião, ao lado de sua mulher Rosinha, Garotinho falou pouco e baixo, e frisou, sobre o resultado do 1° turno, que foi o que o povo decidiu, e que ele aceita essa decisão. Marcelo Crivella, por sua vez, comentou sobre este novo momento de campanha, que seria de ampliar as alianças, e que não poderia ganhar a eleição sozinho. A chapa do candidato do PRB contava apenas com o seu partido.

Logo após o encontro com o aliado, em entrevista coletiva, o candidato derrotado disse: "A única coisa que pedi foi pra livrar o Rio desse grupo". Garotinho anunciou que não houve acordos para um possível governo do estado, caso Crivella seja eleito. “Não discutimos cargos, discutimos aliança para derrotar esse grupo político do PMDB no Rio de Janeiro, liderado pelo Cabral e o Pezão que trouxe o estado a falência financeira e moral”.

Para Crivella, os eleitores de Garotinho, que conquistou 19,73% dos votos no Estado (1.576.511 votos), são essenciais para sua vitória. O senador falou ainda que o atual governo do Rio é uma "força política que funciona como uma metástase no estado", e voltou a destacar, como no último debate entre os candidatos ao governo, que não sabia dizer quem era o candidato do PMDB, Pezão ou Cabral. 

O senador Marcelo Crivella afirmou que a proposta inicial é derrotar o governo que chama de ‘Cabral – Pezão’. “O que discutimos aqui foi uma aliança programática. O que queremos mais é tirá-lo (Pezão) do governo e dar ao povo do Rio a oportunidade de passar a limpo tantos desmandos, tantos escândalos que vão para as páginas dos jornais, mas que demoram na justiça. Então é preciso tirar esse grupo antes de quebrar o estado definitivamente. É um dever cívico que temos nesse momento histórico”.

Sobre a costura com outras alianças, Crivella declarou que já tem a base formada e com quem acredita que terá oficialmente os apoios para o segundo turno. “Estamos bem. Conversamos ontem com as executivas dos partidos, assim como hoje acertamos com o Garotinho e o PR, esperamos amanhã anunciar a aliança com o PT para caminharmos juntos e ganharmos juntos. Vamos continuar fazendo esse arco de aliança a favor do Rio. Até o final de semana deveremos ter toda a aliança anunciado e estaremos juntos nas ruas e nos debates”, disse Crivella, que confirmou ainda uma conversa com o senador eleito, Romário (PSB).

E sobre o tema debate, o que foi apontado como a principal razão para chegar ao segundo turno, Crivella revelou que há uma estratégia para os novos debates, onde terá a oportunidade de estar de frente com Pezão, sendo só os dois. "Temos bons argumentos para colocar Pezão numa situação que vai recuar com desonra. Seu discurso o tanto quando ensaiado no tempo de televisão não condiz com a realidade, e isso que levará a vitória dessa frente que não é minha, é de todos. Vamos mudar o que está ai".

Ainda segundo Crivella a presidente Dilma Rousseff, candidata a reeleição e que vai disputar o segundo turno contra o candidato do PSDB, Aécio Neves, também foi procurada. “Convermos com o PT, através do Quaquá (presidente regional do PT), conversei com a presidente Dilma e agora aqui com o Garotinho. Essa é a base e fundamentalmente serão esses partidos que vão lutar contra esse desmando. Nós somos Dilma 100%, diferente do Pezão que é 90% Aécio e 10% Dilma".

Ao ser indagado de o que de fato representa a aliança com Garotinho, menosprezou a rejeição do ex-governador e destacou sua força que foi representada nas urnas no último domingo. “De jeito nenhum me preocupo. A política é momento e fase. Todo líder político já sofreu revés e eu mesmo já fui líder de rejeição no meu estado, e hoje sou o que tem menos rejeição. Hoje quem tem mais condição de derrotar o governo ‘Cabral’ é o Crivella e estamos imbuídos em meu nome, assim como estaria se fosse outro nome. Garotinho é um grande líder e já provou isso diversas vezes nas urnas. Teve agora mais de 1,5 milhão de votos em uma campanha que sofreu todo tipo de controvérsias. Juntos vamos vencer o governo ‘Cabral’. Agora somos imbatíveis. Não poderia ganhar essa eleição sozinho e essa frente vai derrotar essa força política que está disseminando o Rio em todas as áreas”.

Sobre compromissos com os projetos anunciados por Garotinho, destacou dois: “Serão incorporadas a redução do IPVA e o preços das passagens, o que não fiz durante os debates porque já estava sendo anunciado por ele, mas admirava. Vamos mostrar que o governo não é essa maravilha anunciada pelo Pezão e o Cabral, ou o Cabral e o Pezão, como bem quiserem. Vamos contra a roubalheira, o caos na saúde, educação, transporte”.

Finalizando o encontro e a conversa com a imprensa, Garotinho mais uma vez falou dos resultados das urnas no último domingo. “O povo é soberano e decidiu quem tem que ir para o segundo turno, e temos que aceitar. Não podemos legitimar a vontade popular apenas quando ela é em nosso favor”. Sobre a expectativa de transferência de votos para Crivella disse: “Não sei ao certo, mas nossa diferença foi de apenas 42 mil votos e nossos votos são muito complementares. Eu tive mais voto onde ele teve menos, e vice versa. Podemos somar bem”.

Nesta quarta-feira (8), Crivella deve se reunir com representantes do PT.

Com: Jornal Ururau - www.ujornal.com.br