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Aécio reafirma 'convergências' com Marina; PSB do Rio declara apoio a Dilma

Já o PPS, de Roberto Freire, anunciou apoio a Aécio

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Os candidatos à Presidência Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) articulam as alianças para o segundo turno das eleições. Nesta terça-feira (7), o tucano reafirmou que vê "convergências" com programa de Marina Silva, que disputou o primeiro turno pelo PSB. Já o diretório do Rio de Janeiro do PSB, através do seu vice-presidente Vivaldo Barbosa, manifestou apoio a Dilma.

Aécio Neves e as convergências

O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, reafirmou nesta terça-feira (7) em São Paulo, que vê "convergências importantes" com o programa da candidata derrotada do PSB, Marina Silva. Em visita a um canteiro de obras, na Zona Sul da capital paulista, Aécio disse que o programa de governo "é uma proposta sempre aberta a novas contribuições". "Eu vejo inclusive que há convergências importantes entre as propostas do programa de governo da candidata Marina e as nossas. Agora,  é uma questão que não depende de mim. Temos que respeitar o tempo e as discussões internas de cada um daqueles que se posicionaram em uma direção no primeiro turno. O segundo turno é sim o momento das convergências, das aproximações. Vamos aguardar com muito respeito a movimentação dos outros candidatos", afirmou.

O tucano declarou ainda que a sua candidatura não é mais de um partido, mas que "representa o sentimento amplo de mudança que hoje permeia a sociedade brasileira". Aécio Neves garantiu que, se eleito, vai promover a retomada do crescimento e a geração de empregos. 

Sobre o instituto da reeleição, ele foi cauteloso."Eu não morro de amores pela reeleição. Eu defendo a coincidência dos mandatos e isso envolve outras negociações", disse. "Eu sou a favor do mandato de 5 anos sem reeleição para todos os cargos públicos. A questão deste mandato especial precisa ser discutida no Congresso por uma função especifica. Estamos falando não do fim da reeleição para presidente da República apenas. Então não é uma opção unilateral de candidatos que resolveria o problema. A tese do fim da reeleição e do mandato de 5 anos, é uma tese que eu advogo e defendo há muitos anos', afirmou.

"A presidente Dilma acabou por desmoralizar a reeleição com esta mistura sem limites entre o público, o privado e o partidário, como assistimos nesta eleição. Se eu já tinha dúvidas sobre as vantagens da reeleição, a presidente Dilma acabou por desmoralizá-la", afirmou.

Aécio estava acompanhado do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, do senador eleito José Serra e de deputados aliados.

No final da tarde, o PPS divulgou nota comunicando o apoio a Aécio. O partido, que faz parte da coligação Unidos pelo Brasil, conclamou as forças democráticas a apoiar a candidatura tucana.

"A sociedade deu um recado muito claro nas urnas contra o governo. Defendemos a união das oposições para derrotar o lulopetismo, afirmando a questão democrática e os princípios republicanos", disse o presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire, durante a reunião da Executiva Nacional.

Para Freire, Aécio não tem problema algum em incorporar propostas que fazem parte do programa de Marina Silva, e o consenso entre os dois é claramente possível.

Dilma reúne aliados para traçar estratégias

Já a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, reuniu aliados para traçar as estratégias para o segundo turno. Ela reafirmou que o governo do PSDB foi elitista e destacou que a ascensão social nos últimos anos reflete algumas prioridades do atual governo. “Nós vamos debater em alto nível os projetos para o país, baseados naquilo que já fizemos e naquelas conquistas que temos a honra de ter dado ao Brasil. Então, o povo vai cortejar esses diferentes projetos”, afirmou.

“Está havendo uma oposição entre os ricos e os pobres e disseram que nós faríamos as políticas dos pobres e eles [PSDB], as dos ricos. Essa é uma oposição que é parcialmente verdeira. Não é inteiramente porque, de fato, os governos do PMDB e do PT tiveram uma preocupação fantástica que foi sintetizada na frase ‘incluir os pobres no orçamento e levá-los a uma situação melhor’. Nós fizemos isso e temos orgulho de termos feito isso”, completou.

PSB do Rio declara apoio a Dilma no segundo turno, diz vice do diretório 

A tendência do Partido Socialista Brasileiro (PSB), partido da candidatura de Marina Silva, nessa segunda fase das eleições presidenciais é de apoiar a candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT). De acordo com o vice-presidente do diretório estadual do PSB no Rio de Janeiro, ex-deputado Vivaldo Barbosa, a tendência de apoio no município do Rio já será transmitida à direção nacional do partido.

O deputado afirmou que o apoio à candidata petista se dá pela linha política ideológica e histórica do partido, que teria mais afinidade com as propostas de Dilma Rousseff do que com as de Aécio Neves (PSDB). “Apesar das ressalvas e críticas que nós temos ao governo de Dilma, é muito mais natural que socialistas estejam juntos às propostas de Dilma do que das propostas neoliberais do candidato tucano. A visão de Armínio Fraga é outra coisa que nos distancia de Aécio”, declarou.

A previsão é que a Comissão Executiva Nacional do PSB se reúna já na próxima quarta-feira (7) para debater o assunto, em Brasília, na sede do PSB Nacional, às 14h. A direção nacional do partido tem feito consultas aos diretórios estaduais, mas ainda não é certo se o partido irá se pronunciar nesta semana ou se vai deixar para declarar uma posição de apoio para a próxima segunda-feira, quando ocorrerá nova reunião. 

Barbosa declarou que, nacionalmente, a maioria do partido possui essa tendência de apoio à Dilma, mas, como existem seções do partido que possuem posicionamentos contrários, existe também a possibilidade de o partido não chegar a uma decisão formal. “Mas a maioria do partido, sem dúvida alguma, tem essa tendência de apoiar a Dilma pela própria natureza dos socialistas”, apontou.

Quando às declarações recentes de Marina Silva que, apesar de evitar falar diretamente na possibilidade de aliança com os tucanos, tem sinalizado a possibilidade de apoiar Aécio, Barbosa declarou que a provável decisão de apoio à Dilma é exclusiva do PSB. “Marina Silva é uma entidade que possui as características particulares dela, estamos falando do apoio do PSB”, ressaltou.

Ao comentar as estratégias que adotará ao longo do segundo turno durante a disputa contra o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, Dilma defendeu que o debate entre os adversários seja de “alto nível”. Ela voltou a defender que o eleitor faça comparações entre os governos de Fernando Henrique Cardoso, entre 1995 e 2002, e os mandatos dela e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de 2003 a 2014.