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'Financial Times': Marina pode inaugurar nova era de confiança no Brasil

Jornal compara trajetória eleitoral dramática da candidata com a do ex-presidente Lula

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De acordo com matéria veiculada pelo jornal britânico Financial Times, a candidata à presidência Marina Silva (PSB) poderia ser uma alternativa de revitalização da estagnada política brasileira. Além disso, o jornal enfocou o fato de que, em um país considerado conservador, as eleições estejam sendo definidas por duas mulheres marcadas pela superação de adversidade. Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, teria sido tortura como presa política durante a ditadura militar na década de 1970 e Marina Silva, analfabeta até os 16 anos, saiu da pobreza por meio de seu ativismo cívico até alcançar o Ministério do Meio Ambiente no governo antecessor de Lula.

O jornal lembra que tanto Marina quanto Dilma tiveram representatividade durante a gestão do ex-presidente Lula (PT), mas atualmente as duas candidatas, que se intitulam de esquerda, possuem grandes diferenças políticas. O jornal diz que após mais de uma década no poder, o PT se tornou uma espécie de força enraizada na burocracia – enquanto que Marina Silva tem o benefício de estar totalmente de fora do aparato político atual, da mesma forma que Lula esteve no momento de sua eleição.

O repentina expressividade de Marina, contudo, não teria sido possível sem a tragédia da morte do candidato oficial do PSB, Eduardo Campos no último mês, segundo o jornal britânico. Apesar de Campos ter somente 12% das intenções de voto, de acordo com o jornal, após Marina ser nomeada para substituir Campos na corrida presidencial,  o partido passou a ter 38% das intenções de voto, ultrapassando a candidata Dilma, que liderava a disputa. Dilma voltou a liderar nas pesquisas sobre os resultados do primeiro turno, mas em um eventual segundo turno, as pesquisas apontariam para a vitória de Marina Silva.

Marina Silva teria como eleitorado desde os jovens radicais que participaram das recentes manifestações que demonstravam insatisfação com o governo atual até a conservadora comunidade evangélica. O jornal classifica Marina como uma candidata “extremamente honesta”, que traz um discurso crítico impactante quanto ao modelo da política partidária onde a corrupção tem sido constante. Com a recessão econômica que o Brasil teria enfrentado em 2014, empresas e grandes bancos também estariam oscilando atrás da candidata.

Para Dilma, o jornal diz pesar o fato de a candidata estar trabalhando duro para evitar maiores conseqüências do recente escândalo de corrupção envolvendo a Petrobras. Segundo o Financial Times, a campanha de política estaria se esforçando para retratar Marina Silva como uma candidata inexperiente – e o jornal concorda que ela certamente enfrentaria alguns desafios no gerenciamento do Congresso. Contudo, a matéria lembra também que Marina possui décadas de experiência política, inclusive ministerial. O jornal diz que, ironicamente, as críticas que o PT tem feito à candidata são semelhantes às que Lula sofreu dos partidos de direita durante sua candidatura.

*Do programa de estágio JB