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Urnas serão levadas de barco e avião para aldeias indígenas no MT

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O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Mato Grosso já está elaborando a logística para que estradas ruins, rios turbulentos e outras barreiras naturais não impeçam o exercício do voto em áreas mais afastadas. Dentro do Estado, as urnas eletrônicas das eleições de 2014 vão viajar de carro, barco e avião para chegar a 122 locais de difícil acesso (incluindo aldeias indígenas) e atender cerca de 10 mil dos 2,2 milhões de eleitores mato-grossenses.

“Faz parte da democracia todos terem voz nas urnas e os indígenas são brasileiros como qualquer um de nós. Então esse esforço deve ser feito. A Funai está aí 24 horas acompanhando tudo para ajudar”, disse o coordenador regional Fundação Nacional do Índio (Funai) em Cuiabá, Benedito César Garcia Araújo. “Os que moram na aldeia e têm pouco contato com a cidade não ligam muito para esse momento da democracia, mas a maioria faz questão", completou.

O responsável pela organização da logística pelo TRE-MT, Salomão de Souza Fortaleza, coordenador de sistemas eleitorais, explica que o resultado do pleito nessas localidades será transmitido via satélite para não atrasar a contagem de votos. Segundo ele, em locais onde não tiver energia ou caso fiquem sem, a própria urna tem bateria com capacidade para 8 horas. “Vamos também levar bateria reserva”, assegurou.

Localidades 

Aripuanã é um clarão em meio à floresta amazônica. A cidade fica relativamente próxima à divisa do Brasil com o Peru e a Colômbia. Na sua zona eleitoral, ficam as três comunidades rurais que o TRE-MT julga serem de mais difícil acesso no Estado. 

A comunidade de Três Fronteiras, também conhecida como Guatá, fica a 330 km de Colniza, cidade vizinha. Um dos diretores da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado de Mato Grosso (Fetagri-MT), Joilson Benedito Pereira, coordenador geral do Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR), já esteve por lá. “São três dias de viagem para chegar. Se chover, só passa na estrada com carro muito bem traçado, senão atola mesmo. Às vezes o pessoal fica de 10 a 15 dias isolado, sem conseguir se comunicar. São estradas de chão, nem sempre oficiais. São vias que eles abrem porque precisam. Por isso mesmo é importante que votem, essa é uma das pautas de reivindicações dessas comunidades", contou. 

As outras duas localidades mais complicadas para se chegar são Guariba, que tem as mesmas características de Guatá, e Reserva Roosevelt, terra indígena do povo Cinta Larga.