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Rio de Janeiro registra recorde de detenções por crimes eleitorais

Número de detidos nestas eleições é 422% maior do que em 2010

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O forte esquema de segurança e a política de tolerância zero contra o crime de boca de urna, montada para o domingo de votação no Rio, resultou em um recorde de detenções. O estado registrou o maior número de apreensões do país, segundo o TRE-RJ foram 10 candidatos e 758 pessoas presas no domingo. Em comparação aos detidos na eleição de 2010, o número é 422% maior.

Só na Rocinha foram 40 pessoas detidas por boca de urna ou aglomeração. Entre elas, a filha do candidato a vereador Léo Comunidade, denunciado por compra de votos na favela.

As pessoas flagradas fazendo boca de urna ou outros delitos eleitorais foram levadas para um dos 89 centros de abrigamento. Os detidos foram encaminhados para delegacias onde prestaram depoimentos no inquérito policial. 

Por ser um crime de menor potencial ofensivo, foram liberados e responderão em liberdade. Os inquéritos serão encaminhados às Promotorias Eleitorais de cada município, que irão avaliarão se os envolvidos serão processados.

O Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ) atribuiu o expressivo número de detenções ao maior rigor e a política de tolerância zero contra o crime de boca de urna. No sábado o TRE-RJ inaugurou o Centro de Controle e Comando das Eleições, o local serviu para integrar todas as forças de segurança - Polícia Militar, Civil, Federal, Polícia Rodoviária Federal, Exército, Marinha e Bombeiros - e serviu de base para a tomada de decisões sobre a segurança do pleito. 

O Maracanãzinho foi utilizado como um dos Centros de Abrigamento e lá os detidos reclamaram das condições do local. Apesar do forte calor, há denúncias de que não havia água. De acordo com a assessoria do TRE-RJ, quando informado desta situação Luiz Zveiter comunicou a secretária estadual de Esportes, Marcia Beatriz Lins Izidoro, que se comprometeu a resolver o problema.

Algumas pessoas alegaram ainda terem sido detidos de forma arbitrária por transportarem santinhos ou material de campanha para uso pessoal.

Um dos detidos, que se identificou como Rafael Rezende, técnico de informática, afirmou ter sido abordado por policiais em Rocha Miranda, onde revistaram sua mochila e encontraram material de campanha. 

"Eu participo sim de campanha, mas não estava fazendo nada naquele momento", disse.

A PM trabalhou com todo seu efetivo, 30.400 homens, e cada local de votação teve pelo menos um policial à disposição. As eleições contaram ainda com o apoio do Exército e da Marinha que enviaram cerca de 7000 homens. Eles reforçaram o policiamento na Zona Oeste, complexo de favelas da Maré, São Gonçalo, Campos, Rio das Ostras e Cabo Frio.