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Freixo e Maia vão para tudo ou nada e acirram críticas a Paes no debate da Globo

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Último grande ato do primeiro turno das eleições, o debate da TV Globo, nesta quinta-feira (4), manteve o acirramento das tensões entre os candidatos de oposição e o prefeito Eduardo Paes (PMDB), que tenta a reeleição. Novamente o tema da compra de apoio do PTN pelo PMDB veio à pauta, assim como ataques à relação da atual gestão com as empresas de ônibus. A disputa entre Paes, Marcelo Freixo (PSOL) e Rodrigo Maia (DEM) dominou completamente as ações, deixando Otávio Leite (PSDB) e Aspásia Camargo (PV) em segundo plano.

A primeira pergunta já dava o tom do que seria o embate dali para frente. Marcelo Freixo, candidato de oposição mais bem colocado nas pesquisas, voltou a pedir que Paes explicasse as denúncias sobre o PTN, chamadas por ele de mensalão carioca. Irritado, Paes decidiu ir ao ataque para se defender:

"Isso é denuncismo de última semana de campanha. O que se tem é que um dirigente partidário boquirroto dizendo que teria o apoio a seus candidatos a vereador", disparou, apontando sua metralhadora giratória para Rodrigo Maia, uma vez que lembrou do fato de Jorge Esch, presidente do PTN, ter trabalhado durante oito anos na administração da Rioluz no governo Cesar Maia.

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Freixo rebateu na mesma moeda, afirmando que o prefeito não gostava de falar sobre denúncias contra ele "por sua natureza autoritária". E lembrou da atuação de Paes, então parlamentar da oposição ao governo do PT, durante o escândalo do mensalão:

"Isso não é uma agressão. É uma satisfação que você é obrigado a dar. No mensalão, você foi bastante agressivo, inclusive contra o ex-presidente Lula", respondeu.

O fim do primeiro round foi marcado pela tréplica de Paes. Instigado pelo comentário sobre um candidato a vereador do mesmo PTN, acusado de comprar votos na Rocinha, ele atacou a denúncia de que o candidato Berg Nordestino, do PSOL de Freixo, faria parte de uma milícia:

"O senhor não tem autoridade para falar sobre candidato a vereador. Na sua chapa, que deve ter cinquenta vereadores, colocou um miliciano e um condenado ficha-suja no seu partido", afirmou.

Reeditando a já conhecida dobradinha, Rodrigo Maia perguntou a Freixo sobre a relação da atual gestão com a Fetranspor, entidade que representa as empresas de ônibus do Rio. O socialista mencionou um levantamento do Tribunal de Contas do Município, que aponta graves indícios de formação de cartel na licitação das linhas de ônibus, realizada em 2010. Segundo ele, a implantação do validador de presença dos alunos da rede municipal "transformou as empresas de ônibus em fiscais de colégio", ao custo de R$ 55 milhões.

Mais decidido do que em outros encontros, Maia deixou Paes numa saia justa, ao responder críticas sobre o tratamento de lixo na gestão de seu pai:

"Olha como você é ingrato, Eduardo. Você foi secretário de Meio Ambiente do ex-prefeito Cesar Maia, então fez parte de toda essa política", recordou.

A disputa entre o democrata e o peemedebista prosseguiu, com o segundo ironizando a rejeição de Rodrigo nas pesquisas de opinião:

"O deputado Rodrigo Maia tem toda a chance de, com essa agressividade, ganhar a eleição no primeiro turno, mas na rejeição. Eu já falei isso aqui: o cidadão que apareceu nesse vídeo trabalhou durante oito anos no governo do pai do Rodrigo Maia. Se ele quis contar vantagem pros amigotes dele que ia ganhar 800 mil da prefeitura, se deu muito mal", rebateu, novamente defendendo-se das críticas de mensalão.

Deixados de lado por conta da polarização entre Paes, Freixo e Maia, Otávio Leite e Aspásia Camargo tiveram poucas oportunidades de aparecer. O tucano aproveitou o espaço para pedir apoio ao Supremo Tribunal Federal (STF), para que "se faça justiça e se possa colocar na cadeia aqueles mafiosos que se alojaram no Palácio do Planalto", disse.

Aspásia, que costuma ser mais generosa com a gestão do atual prefeito, foi dura ao afirmar que o problema na saúde "é que falta gestão". E que o Rio precisa "de um prefeito de pulso firme para chamar a responsabilidade" de organizar a rede.