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FHC chama Lula para um café e brinca: tem que ser "meio a meio"

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Ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso (PSDB) fez um "convite" ao seu sucessor Luiz Inácio Lula da Silva para tomarem juntos um cafezinho. "Eu quero conversar com ele, cara-a-cara, não pela propaganda eleitoral, mas como líderes responsáveis", afirmou o tucano nesta segunda-feira (18). E completou: "eu reconheço as coisas boas que ele fez. Não precisa negar o que foi feito no passado para se afirmar no presente. É uma visão pequena".

"Ele não me convidou para um café, eu estou o convidando de antemão para tomar um cafezinho. Dizem que eu sou pão-duro, mas Lula nem me chamou para um café", brincou o ex-presidente. Afora as brincadeiras e indiretas, Fernando Henrique apresenta seu descontentamento com o comportamento de seu sucessor no Executivo:

"Eu gostaria que ele (Lula) viesse conversar comigo. Nós nos conhecemos há 30, 40 anos e eu gostaria que ele olhasse na minha cara e que dissesse o que ele diz sem que eu esteja presente. Quero ver ele dizer que apoiou o Plano real. Quero ver ele dizer que tudo começou no governo Lula e que ele assumiu o governo numa situação desesperadora. É verdade, a eleição dele em 2002 provocou fuga de capitais, uma situação de desânimo. Mas eu combati isso, ajudei o futuro governo Lula até no sentido de buscar condições financeiras para ele".

O ex-presidente diz acreditar que "chega um momento em que tem que se pensar no Brasil e não em tirar proveito, não ser mesquinho. Lula não precisava ser mesquinho para dizer que fez coisas boas". FHC faz questão de ressaltar que, em 2002, se comportou de maneira distinta de Lula neste ano. "Não sou como o presidente Lula, que é cabo eleitoral. Eu nunca fui, em nenhum momento. Eu acho que não é compatível. Agora, dou a minha opinião", detalha.

Questionado sobre quando seria esse café, FHC respondeu: "quando ele colocar o pijama". O ex-presidente se vale da fama de pão-duro e brinca: "tem que ser meio a meio".

Apoio "verde"

Nesta segunda-feira (18), lideranças do PV declararam publicamente seu apoio ao candidato à presidência pelo PSDB, José Serra, no segundo turno da eleição presidencial. Os tucanos exaltaram a proximidade da legenda com a agenda ambiental proposta por Marina Silva.

No último domingo (17), o Partido Verde definiu em sua convenção manter uma posição de "independência" nesta etapa do processo eleitoral. No entanto, liberou suas bases aliadas para prestarem apoio individualmente a quem achassem conveniente.

Estavam presentes no encontro entre verdes e tucanos os ex-candidatos Fernando Gabeira e Fábio Feldmann, que disputaram os governos do Rio de Janeiro e São Paulo, respectivamente. Do lado do PSDB, marcaram presença o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o candidato à Presidência José Serra, o governador eleito de São Paulo Geraldo Alckmin e o senador eleito Aloysio Nunes.