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Oxfam denuncia desigualdades no setor agroalimentar

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O sistema alimentar mundial apresenta disparidades cada vez mais escandalosas, pelas quais os agricultores e os produtores ganham cada vez menos há 20 anos, enquanto que a grande distribuição acumula lucros, denunciou a ONG Oxfam em um estudo internacional publicado nesta quinta-feira.

Os supermercados "cresceram até controlar as distintas ligações das redes de produção alimentar", considera a ONG, que denuncia a "constante pressão" sofrida pelos produtores "para reduzir os preços mantendo padrões de qualidade constantes".

Segundo um cálculo da ONG, as oito primeiras grandes superfícies do mundo cotadas na Bolsa registraram cerca de 1 trilhão de dólares em vendas em 2016 e quase 22 bilhões de lucros.

"Nesse ano, em vez de reinvestir os lucros em seus fornecedores, recompensaram seus acionistas com mais de 15 bilhões de dólares em dividendos", revela o estudo internacional intitulado "A hora da mudança: Acabar com o sofrimento das pessoas nas redes de abastecimento dos supermercados".

O poder de compra dos supermercados faz baixar continuamente os preços e exacerba o risco de violações de direitos humanos e dos direitos trabalhistas: precarização sem limites, crianças no mercado de trabalho ou assédio são muito frequentes no setor agrícola e de alimentos, ressalta a Oxfam.

Somente na União Europeia, dez supermercados são responsáveis por mais da metade da totalidade das vendas de alimentos no varejo, diz o estudo.

A Walmart, maior rede de grande distribuição do mundo, que pertence majoritariamente à família mais rica dos Estados Unidos, registrou em 2016 receitas de 486 bilhões de dólares, ou seja, mais do que o PIB de países como Noruega e Nigéria, segundo a ONG.

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