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Petrobras baixa preços, mas postos não repassam

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A greve dos caminhoneiros já acabou, o preço do diesel baixou, mas ainda restam arestas a serem aparadas entre governo e caminhoneiros/empresas transportadores em torno da tabela do frete, retrocesso burocrático e inócuo, pois dificilmente alguém que estiver no Pará vai seguir a tabela para contratar o frente de volta para o Centro-Sul. Mas, o fato é que o preço da gasolina também caiu nas refinarias da Petrobras nos últimos 15 dias mas ninguém conseguiu ver essa queda “lá no Posto Ipiranga”, ou nos da Petrobras e nos da Shell...

A Petrobras anunciou ontem que a partir de hoje o litro da gasolina vai custar R$ 1,8941 nas refinarias. O diesel foi congelado com baixa de 10%, pela primeira vez, em 24 de maio a R$ 2,1016, nas refinarias da Petrobras. E teve nova redução dia 1º de junho, para R$ 2,0316, numa negociação que ainda não foi completada entre Petrobras e o Tesouro Nacional sobre a cobertura dos subsídios concedidos pela estatal.

Nesse meio tempo, a gasolina continuou com os preços livres. Subiu e caiu diversas vezes. Mas, de acordo com o levantamento semanal da Agência Nacional do Petróleo (ANP), a metodologia da transferência de preços das refinarias para as distribuidoras de petróleo e destas para a rede de postos (Br/Petrobras, Ipiranga/Ale e Shell são as bandeiras mais expressivas do mercado) parece seguir a cartilha dos bancos em relação à Selic. Quando os juros sobem, vão por aqueles rápidos elevadores exclusivos: quando há redução, os juros bancários descem pela escada. É o mesmo com os preços.

Dia 24 de maio, data da primeira queda do diesel, em meio à greve, o litro da gasolina era vendido a R$ 2,0306 nas refinarias. Dia 1º de junho, quando a queda do diesel foi ampliada, junto com a duplicação do prazo de congelamento, o litro da gasolina vai R$ 1,9671. Dia 2 de junho, a gasolina foi aumentada para R$ 2,0113. Desde então vem caindo. Dia 14 de junho, estava cotada a R$ 1,9351. De 16 de junho até ontem foi vendida a R$ 1,9178. 

Neste mês, até dia 14 a gasolina caiu  2,50% no atacado e apenas 0,9% no varejo, de acordo com os levantamentos semanais da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Duvida? Vai lá no posto Ipiranga, ou no Shell ou no Br/Petrobras. No período de 2 a 19 de junho a queda nas refinarias será ainda maior: 5,82%. 

Com o novo preço em vigor a partir de hoje nas refinarias, a queda da gasolina neste mês, no atacado, chegará a 6,72%. Portanto, fique atento para ver se, no posto em que você costuma abastecer seu carro, o sacrifício da Petrobras está lhe sendo repassado pela cadeia dos intermediários até o seu, o nosso bolso.