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Varejo cresce 0,3% puxado por combustível

Venda de veículos aumentou demanda nas bombas em março

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O volume de vendas do varejo avançou 0,3% em março frente à fevereiro, quando caiu 0,2%. O resultado foi puxado pelas vendas de combustíveis e lubrificantes (+1,4%). Apesar disso, no acumulado do ano, os postos apresentaram queda de 5,1% nos litros vendidos, em função de sucessivos aumentos de preço. Só em 2018, a gasolina subiu 3,07% e o diesel 5,08%. A contradição registrada no mês pode ser consequência da alta na venda de veículos. 

Na média, o conjunto do varejo avançou 3,8% nesse início de ano. Artigos farmacêuticos e de perfumaria também se destacaram nas vendas frente a fevereiro, com um aumento de 1,1% nas unidades vendidas. Os grupos Tecidos, vestuário e calçados e Outros artigos de uso pessoal e doméstico avançaram, cada um 0,7%. 

“A recuperação continua, mas há redução do ritmo na passagem do quarto trimestre para o primeiro”, disse a economista do IBGE Isabella Nunes. A pesquisadora associou a lentidão do setor ao crédito ainda reduzido na praça, consequência de um mercado de trabalho com  informalidade crescente e um de empregos com carteira assinada em queda. A redução dos juros, explica, teve efeito limitado no consumo.

De acordo com os pesquisadores, na comparação mensal, a alta seria ainda menor se não fosse o efeito da Páscoa. Este ano, o feriadão, que impulsiona vendas de chocolates, peixes e azeites, caiu em março, mas, ano passado, foi em abril. A impressão é de que as famílias ainda estão cautelosas”, afirmou o economista Luiz Castelli, da GO Associados, ressaltando o desemprego ainda elevado.

O volume do comércio varejista ampliado, que inclui veículos e materiais de construção, avançou 6,6%, resultado justificado pelas altas expressivas na quantidade de unidades vendidas pelo setor automobilístico, que subiu 2,9% no mês a mês e 17,9% no ano. Embora tenham apresentado um volume estável em março, os insumos para construção avançaram 3,7% no acumulado do ano. 

“No caso do segmento automotivo, o comportamento das vendas é uma clara reação ao aumento do crédito para aquisição de veículos”, explica Fabio Bentes, chefe da Divisão Econômica da Confederação Nacional do Comércio (CNC). Bentes explica que, de acordo o Banco Central, a concessão de crédito às pessoas físicas para aquisição de veículos avançou 21% no primeiro trimestre do ano, se comparado com o início do ano passado.. 

Já a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) apurou, em abril, um crescimento no faturamento deflacionado de 4,5% em relação ao mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano a alta é de 1,9%. Os destaques no mês foram os produtos de base, com aumento de 6,7% nas vendas, e acabamento, com 1,4%. Na previsão da entidade, o setor deve crescer 1,5% em 2018, alta puxada justamente pelo varejo, seguido das vendas ao segmento imobiliário.